Política

Dois dias só para o Brasil em Harvard

Conferência inédita terá petistas e tucano. Presença e interesse pelo País crescem na universidade

Dos 20 mil estudantes de Harvard, cerca de 100 são brasileiros, marca atingida pela primeira vez em 2015.
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Harvard é a universidade mais antiga dos Estados Unidos e uma das mais famosas do mundo. Dos  20 mil estudantes, cerca de 100 são brasileiros, marca atingida pela primeira vez em 2015. A crescente presença nacional levou à criação de uma associação de alunos do País no ano passado. Crescente também é o interesse despertado ali pelo Brasil. Uma professora argentina costuma recomendar a leitura de textos sobre a história do PT, do Bolsa Família e do orçamento participativo em gestões petistas de Porto Alegre. Não surpreende que agora Harvard hospede uma conferência exclusiva sobre o Brasil, com personagens graúdos da política nacional – e adversários.

Iniciativa inédita, a conferência acontece nesta sexta-feira 17 e sábado 18, tendo como mote o fim da ditadura militar. Foi batizada de “O legado de 30 anos de democracia e os desafios à frente”. Terá um time eclético de palestrantes. O embaixador Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores no governo Lula e da Defesa com Dilma Rousseff. O senador tucano José Serra, ministro do Planejamento e da Saúde na gestão Fernando Henrique. O ministro do Supremo Tribunal Federal Luis Roberto Barroso. E o deputado federal petista Alessando Molon, entre outros.

“Tínhamos a preocupação de promover uma discussão qualificada e plural sobre os temas, com visões distintas tanto em termos de orientação ideológica e filiação politica, quanto de área de atuação e trajetória pessoal”, diz Adauto Modesto Junior, um dos diretores de conteúdo do evento.

O País será abordado por três ângulos diferentes. No painel “Instituições Democráticas”, os debates se concentrarão nas manifestações de junho de 2013, na reforma do sistema político brasileiro, na influência do avanço tecnológico sobre o debate público e no Marco Civil da internet, lei aprovada após a descoberta da espionagem dos EUA contra Dilma Rousseff.

Em “Educação”, vai se discutir como o País pode avançar mais além do que já foi feito nos últimos anos, trilha tida como fundamental no combate à enorme desigualdade social brasileira. Já em “Economia”, a associação de alunos, organizadora do evento, quer debater como aumentar a renda per capita, expandir os serviços públicos e reduzir as desigualdades de renda e de oportunidade.

“Nosso objetivo é elevar o escopo e a qualidade da discussão de temas relacionados ao Brasil em Harvard, em particular, e no plano internacional, em geral”, afirma Gustavo Ribeiro, outro diretor de conteúdo do evento.

Como os organizadores também estão de olho na imagem do País no exterior, o evento não será apenas de brasileiros para brasileiros. Haverá convidados estrangeiros entre os conferencistas e na plateia. Carl Meacham, diretor para as Américas de um think tank sediado em Washington sobre questões estratégicas internacionais, o CSIS, será um dos oradores, por exemplo. O professor de Direito David Trubek, pesquisador sênior em Harvard especialista em direitos humanos, será outro.

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