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Discurso de Bolsonaro na ONU repercute negativamente na imprensa internacional

Jornais destacaram os ataques do presidente a outros países e trouxeram dados da Amazônia para contrapor argumentos de Bolsonaro

Discurso de Bolsonaro na ONU repercute negativamente na imprensa internacional
Discurso de Bolsonaro na ONU repercute negativamente na imprensa internacional
Jair Bolsonaro discursa na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Foto: Alan Santos/PR
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O discurso inflado que o presidente Jair Bolsonaro fez, nesta terça-feira 24, na Assembleia Geral das Nações Unidas, gerou repercussão negativa na imprensa internacional. Com ataques à Cuba, Venezuela, França e Alemanha, o pesselista quebrou a tradição diplomática que o Brasil sempre teve ao acusar países de colonialismo.

O jornal britânicoThe Guardian classificou o discurso como “combativo” e destacou fala de Bolsonaro contra a mídia e sobre as queimadas na Amazônia. “Bolsonaro lançou uma defesa insana e conspiratória de seu registro ambiental, culpando Emmanuel Macron e a mídia ‘enganosa’ por exaltar os incêndios deste ano na Amazônia”, diz a publicação.

A também britânica BBC deu uma manchete em separado para Bolsonaro e sua afirmação de que a Amazônia pertence ao Brasil. Segundo a BBC, o presidente brasileiro assumiu um tom “desafiador” ao abordar a questão, criticando o sensacionalismo da mídia.

Para o jornal francês Le Monde, o líder brasileiro demonstrou grande “intolerância” e contradisse “declarações consensuais” de seus antecessores com suas declarações sobre a Amazônia.

Já o francês Le Figaro destacou as acusações de Bolsonaro contra nações estrangeiras que adotaram uma postura “colonialista” em relação ao Brasil. O jornal trouxe dados sobre desmatamento na Amazônia, rebatendo a fala de Bolsonaro, e disse que a destruição da floresta “quase dobrou desde a chegada ao poder de Jair Bolsonaro em janeiro, em ritmo de 110 campos de futebol por hora.”

O ataque de Bolsonaro ao socialismo também ganhou destaque na avaliação do discurso pela Bloomberg. Segundo a agência, o presidente “cimentou a ruptura da tradição de multilateralismo do país” com sua agressiva defesa da soberania na Amazônia.

O americano The New York Times publicou uma matéria com o título “Bolsonaro mira Amazônia e critica ‘ideologia’”, no qual faz uma análise do discurso do presidente contrapondo com dados que desmentem sua fala.

O argentino Clarín afirmou que “o presidente Jair Bolsonaro levou suas batalhas contra o comunismo, a ideologia de gênero, o ‘ambientalismo radical’ e o ‘indigenismo ultrapassado’ ao pódio da Assembleia Geral da ONU”.

Em uma matéria intitulada “Bolsonaro defende o direito de desenvolver a Amazônia”, o The Wall Street Journal classificou o pronunciamento desta terça como um “discurso desafiador”.

O canal americano CNBC destacou o agradecimento de Jair Bolsonaro ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no texto “Presidente do Brasil ataca ‘mentiras’ sobre floresta amazônica, e agradece Trump por apoio“.

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