Direita pode formar grande federação e bagunçar a correlação de forças no Congresso

Republicanos, União Brasil e PP têm bancadas expressivas e ocupam ministérios no governo Lula

O presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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Três partidos com grandes bancadas no Congresso Nacional dialogam sobre a possibilidade de formar uma federação que teria o potencial de alterar profundamente a correlação de forças no cenário politico: Republicanos, União Brasil e PP.

A articulação, embora ainda inicial, é desenvolvida pelas cúpulas das três legendas. O tema não tende a avançar nas próximas semanas, devido ao recesso no Legislativo, mas pode voltar a ganhar tração a partir de fevereiro.

Confira os números de deputados de cada partido envolvido na negociação:

  • União Brasil: 59
  • PP: 50
  • Republicanos: 41

O União, a propósito, só fica atrás de PL (96) e Federação PT-PV-PCdoB (81) em número de deputados. Uma eventual federação dos três partidos de direita chegaria à expressiva marca de pelo menos 150 representantes na Câmara.

No Senado, o cenário é este:

  • União: 7
  • PP: 6
  • Republicanos: 4

Lá, na Casa Alta, as maiores bancadas são as de PSD (15), PL (12) e MDB (11).


Além de marcarem forte presença no Congresso, União, PP e Republicanos são tradicionalmente competitivos em eleições municipais e tendem a ter um resultado significativo em 2024, embora ainda não façam previsões assertivas.

As três legendas, que compõem o chamado Centrão, também ocupam ministérios no governo Lula (PT):

União:

  • Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes. Ele foi indicado pelo União e se licenciou do PDT antes de assumir o cargo;
  • Turismo: Celso Sabino;
  • Comunicações: Juscelino Filho.

PP:

  • Esporte: André Fufuca.

Republicanos:

  • Portos e Aeropotos: Silvio Costa Filho.

Desde 2017, as coligações foram extintas nas eleições proporcionais, que escolhem deputados e vereadores. No entanto, a legislação continuou a permitir a união de partidos em torno de uma única candidatura nas disputas majoritárias (para presidente, senador, governador e prefeito).

Com a criação das federações, instituída no ano passado, os partidos podem se unir na disputa por qualquer cargo, desde que permaneçam assim por todo o mandato conquistado. A federação de partidos vale para eleições majoritárias e proporcionais.

A principal diferença entre os modelos, portanto, é o caráter permanente das federações, uma vez que as alianças firmadas nas coligações valem apenas até a eleição e podem ser desfeitas logo em seguida.

Atualmente, o Brasil tem três federações registradas no Tribunal Superior Eleitoral:

  • PT-PCdoB-PV;
  • PSDB-Cidadania;
  • PSOL-Rede.

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