Política

Dino defende operação da PF contra suspeitos de agressão contra Moraes

Ministro rejeita afirmação de que buscas feitas nos endereços dos supostos agressores se trate de ‘fishing expedition’, uma expressão para definir uma busca especultativa e sem causa justificada

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, saiu em defesa da operação da Polícia Federal que fez buscas na casa dos suspeitos de agredirem o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em Roma, na Itália. A defesa consta em uma publicação de Dino nas redes sociais.

As apreensões tiveram como alvo o empresário Roberto Mantovani Filho, a esposa dele, Andreia Mantovani, e o genro do casal, Alex Zanatta. As diligências foram cumpridas na tarde desta terça no interior de São Paulo, logo após o depoimento do casal. Zanatta já tinha sido ouvido pela PF no domingo.

Segundo Dino, a operação se justifica por que há “indícios de crimes já perpetrados”. O ministro acrescenta também a “multiplicidade de versões ofertadas pelos investigados” para defender as buscas da PF. A operação, importante dizer, foi autorizada pelo STF e defendida pela Procuradoria-Geral da República.

Ao defender a operação, Dino também negou as afirmação de que as buscas seriam “fishing expedition”, uma expressão usada para se referir a operações especulativas que tentam “pescar provas” de crimes sem um objeto ou finalidade tangível.

“Sobre a proporcionalidade da medida, sublinho que passou da hora de naturalizar absurdos. E não se cuida de “fishing expedition”, pois não há procura especulativa, e sim fatos objetivamente delineados, que estão em legítima investigação”, escreveu o ministro em uma rede social.

Na terça, Alexandre Padilha, outro ministro do governo Lula, disse ter sido informado por autoridades italianas de que as agressões a Moraes e sua família “estão confirmadas”. As imagens do ocorrido, porém, ainda não foram vistas pelos brasileiros. Após um pedido formal, as gravações deverão chegar até sexta-feira no País.

Mais cedo nesta quarta, outro a comentar o ocorrido foi Lula. Pela primeira vez desde que as notícias sobre a agressão circularam, o presidente fez uma declaração sobre o episódio. Em coletiva realizada em Bruxelas, na Bélgica, Lula pediu ‘punição severa’ aos envolvidos e classificou os agressores como ‘animais selvagens’.

Os suspeitos de hostilizarem a agredirem o filho do ministro negam a situação. Em depoimento à PF, Mantovani confirma um desentendimento, mas diz que o caso não teria sido protagonizado por ele. Sobre a suposta agressão, diz que apenas afastou um homem que xingava sua esposa, sem saber que se tratava do filho de Moraes. As versões divergem com o relato do ministro.

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