Política

Dino afirma haver risco de paralisação de atividades essenciais da segurança pública

O senador eleito mencionou possível ‘constrangimento’ na posse presidencial

Dino afirma haver risco de paralisação de atividades essenciais da segurança pública
Dino afirma haver risco de paralisação de atividades essenciais da segurança pública
O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), ao lado do ex-ministro Aloizio Mercadante. Foto: Reprodução
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A equipe de transição acusou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter provocado problemas orçamentários que podem interromper atividades essenciais na área da segurança pública já em 2022 e comprometer a posse presidencial.

O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA) e o ex-ministro Aloizio Mercadante fizeram o anúncio nesta quarta-feira 23, em Brasília. Eles reforçaram que houve um novo bloqueio de 5,6 bilhões de reais no Orçamento, o que soma 15 bilhões de reais contingenciados.

Um dos problemas é a emissão de passaportes pela Polícia Federal, que requer a aplicação de 74 milhões de reais. Além disso, eles mencionaram a manutenção de viaturas e os gastos com combustível e diárias.

“Isso pode causar constrangimento em operações especiais, a exemplo da posse presidencial”, afirmou Dino.

O senador eleito citou ainda a falta de anúncio de recursos para o ano novo e o carnaval, quando a Polícia Rodoviária Federal realiza uma operação chamada “Rodovida”. A operação implicaria um gasto de 4 milhões de reais.

O ex-governador do Maranhão afirmou também que o orçamento previsto para a segurança pública em 2023 era de 1,8 bilhão de reais, mas o valor foi limitado a 1,2 bilhão pelo Ministério da Economia.

Segundo ele, a consequência seria a garantia de apenas 31 milhões de reais em investimentos para a Polícia Federal, no ano inteiro, em todo o País. A redução implicaria, em 2023, “um cenário de paralisação de serviços essenciais da Polícia Federal”.

Ele mencionou, por exemplo, a necessidade de aplicar 150 milhões de reais na Polícia Federal para o cumprimento de uma determinação do Tribunal de Contas da União que exige a reestruturação dos portos.

A Polícia Federal também pode não conseguir cumprir a ordem do Supremo Tribunal Federal para a realização de operações na Amazônia, que exigiriam um repasse de 60 milhões de reais.

Dino acrescentou a demanda de financiamento do programa Guardiões das Fronteiras, que mantém policiais militares para fazer a segurança das fronteiras do Brasil desde a região amazônica até o Rio Grande do Sul.

De acordo com ele, o Ministério da Justiça comunicou aos estados a suspensão do programa.

“Há um clamor dos estados em torno da garantia dos recursos”, afirmou Dino. “Os secretários informaram que isso já consta de documento que o Ministério da Justiça encaminhou aos estados, dando conta da suspensão desse programa, que vai implicar na paralisação da segurança das fronteiras que é executada pelas Polícias Militares”.

O parlamentar eleito disse, também, que o TCU identificou não haver efetivo suficiente para atividades de polícia marítima, nem embarcações, e que das 214 ações do atual Plano Nacional de Segurança Pública, 109 estão paradas.

Houve ainda a paralisação do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack, sem justificativa objetiva, conforme reportado pelo TCU ao senador.

“Os gastos foram canalizados para a disputa eleitoral. Agora, não tem recurso para fechar o ano”, afirmou Mercadante, em crítica ao governo Bolsonaro. “Algumas atividades essenciais estão parando.”

Dino é um dos integrantes do grupo de trabalhos de Justiça e Segurança Pública. Segundo Aloizio Mercadante, que coordena os núcleos temáticos, haverá a constituição de um grupo sobre Defesa, com a participação de ex-comandantes das Forças Armadas.

O grupo de transição tinha a expectativa de anunciar esses nomes até a quinta-feira 24. Porém, era esperada a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília já na terça 22, para dar conta dessas articulações. O petista, que mora em São Paulo, adiou a viagem por recomendação médica.

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