Política

“Diminuir o número de mortos, como?”, questiona Bolsonaro sobre óbitos por coronavírus

Em live, presidente também culpou índigenas e ribeirinhos por queimadas na Amazônia

Créditos: Reprodução Redes Sociais
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No dia em que o País ultrapassou a marca de 2 milhões de brasileiros contaminados por coronavírus, e soma mais de 76 mil mortos, o presidente Jair Bolsonaro indagou em sua live, realizada nesta quinta-feira 16 , como poderia ter evitado o número de mortes. “Alguns acham que teria como diminuir o número de mortos. Diminuir como?”, questionou.

Mais uma vez, o presidente disse que há um consenso que cerca de 70% da população brasileira vai se infectar, e que a preocupação deve girar em torno das pessoas mais velhas. Se confirmada a previsão, o País teria 147 milhões de infectados e mais de 5 milhões de mortos, considerada a taxa de letalidade atual de 3,8%.

“Não podemos continuar sufocando a economia. A falta de salário, empregos, mata e mata mais que o próprio vírus”, declarou, ao novamente pedir pela retomada das atividades econômicas no País.

O presidente mencionou uma situação de pânico no País e disse que a história mostrará quem agiu diretamente ou não, fazendo menção às medidas de isolamento e até lockdown tomada por algumas cidades e estados, durante a pandemia.

“Veja, tem estado proibindo a tal da hidroxicloroquina, se não tem alternativa, por que proibir? Não tem comprovação científica que seja eficaz, mas também não tem comprovação científica que não tem eficácia”, disse. E emendou: “Agora, tem muita gente, como meu caso, que quando toma, no dia seguinte tava bom, pô, foram embora os sintomas”, acrescentou.

O presidente negou, no entanto, que tivesse fazendo estímulo ao uso da medicação. “Não estou estimulando, mas orientando a procurar um médico,   e ver o que ele acha disso aqui, você assina um termo de responsabilidade e prontp. Agora, tem que tomar no início. Tinha o protocolo do Sr. Mandetta que só podia ministrar em pacientes graves, aí a gente sabe que não funciona”, disse, criticando o ex-ministro da Saúde.

O presidente também mostrou uma outra medicação Anitta, dizendo que também há recomendações pelo seu uso.\

Presidente atrela queimadas a indígenas e ribeirinhos

Durante a transmissão, o presidente também abordou o tema do desmatamento na Amazônia e atrelou as críticas que seu governo vem recebendo a uma “guerra de informação”. Desconsiderando os alertas que as entidades ambientais vem fazendo sobre o avanço da degradação na região – segundo o Inpe, de janeiro a maio deste ano, o desmatamento na região alcançou 2.032 km², a maior taxa desde agosto de 2015, quando instituto passou a medir a devastação da floresta.

“Essa guerra da informação não é fácil. O Brasil é uma potência no agronegócio. A Europa é uma seita ambiental, não preservam nada, quase não se ouve falar de reflorestamento, e atiram em cima de nós de forma injusta, por uma briga comercial”, disse.

Ainda de acordo com o presidente, o Brasil está abaixo da média dos focos de calor e queimadas dos últimos anos, embora não tenha apresentado a fonte de tais dados.

Ele ainda atrelou o problema das queimadas aos povos nativos da região e afirmou que 90% das queimadas ocorrem em áreas já desmatadas. “São áreas que dificilmente não terão queimadas, já que o indígena, o nativo, o cabloco, o ribeirinho faz uso constante disso pra limpa os terrenos”.

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