A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que não tem conhecimento sobre qualquer conta no exterior supostamente aberta a ela pelo empresário Joesley Batista. A criação da conta foi relatada por ele em sua delação premiada.
A informação é do jornal O Globo. O caso está sob investigação pela Polícia Federal a partir da delação de Joesley Batista. Na Operação Alaska, deflagrada em novembro de 2019, a PF havia solicitado a prisão temporária de Dilma, com base nessa investigação. Mas a detenção foi negada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
“Nunca teve conhecimento dessas contas e soube da suposta existência há pouco, quando foram divulgadas as declarações de Joesley Batista”, afirmou a ex-presidente. “Nunca ouviu falar nas contas denominadas Mustique e Fermenteira, alegadamente mantidas por Joesley Batista no Banco JP Morgan.”
Segundo O Globo, Dilma classificou como “ficção” a delação em que Joesley Batista diz que combinou com o então ministro da Fazenda Guido Mantega sobre a abertura de contas no exterior.
A ideia seria depositar valores de propina, periodicamente, para Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As cifras estavam relacionadas, disse Joesley, a recursos obtidos pela JBS do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Dilma afirmou, segundo O Globo, que nunca conversou com Joesley sobre contribuições eleitorais, e todos os diálogos foram acompanhados de assessores, “como recomenda o protocolo presidencial”.
A ex-presidente criticou também o fato de a delação de Joesley ter sido confirmada na delação do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e disse que há contradições entre os relatos. “Já é errado usar uma delação como prova da outra, mas passa dos limites quando uma contradiz a outra”, declarou ela, diz O Globo. Ela teria ainda chamado Palocci de “sistemático mentiroso”.
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