Política
Diagnosticado com pneumonia, Lula mantém reunião com ministros e líderes do governo
O encontro ocorre na tarde desta sexta, em Brasília; estará na pauta a polêmica sobre a tramitação de MPs no Congresso
O presidente Lula (PT) decidiu se reunir com ministros e líderes do governo na tarde desta sexta-feira 24, no Palácio da Alvorada. O encontro ocorreria pela manhã, mas foi adiado após o petista ser diagnosticado com uma pneumonia leve.
O problema de saúde motivou também o adiamento da viagem de Lula à China, do sábado 25 para o domingo 26. A decisão foi tomada após o resultado de exames realizados no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Entre outros temas, a reunião desta sexta serve para o presidente discutir a polêmica em torno da tramitação de medidas provisórias no Congresso Nacional.
Participam da agenda os ministros Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Fernando Haddad (Fazenda), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Comunicação Social), Jorge Messias (AGU) e Vinícius Carvalho (CGU).
Também marcam presença os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE); e no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Antes da reunião, Randolfe afirmou a jornalistas que o governo trabalhará pela instalação das comissões mistas – formadas por deputados e senadores – para analisar as MPs enviadas por Lula. Na quinta 23, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu retomar os colegiados, o que desagrada o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Também na quinta 23, Lira anunciou não ter chegado a um acordo com Pacheco sobre a tramitação das MPs. Em entrevista coletiva, o líder do Centrão cobrou “bom senso” do colega do Senado e disse que, na semana que vem, os deputados votarão as medidas enviadas ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Até o início da pandemia, as MPs encaminhadas pelo governo tinham de passar por um colegiado composto por deputados e senadores antes de chegarem ao plenário da Câmara e ao do Senado. Com a crise sanitária, porém, um ato conjunto das Casas autorizou a apreciação direta pelo plenário. À época, o Congresso funcionava de forma híbrida e uma parte significativa dos congressistas trabalhava remotamente.
“Nós retomamos as ordens das MPs, o que havia sido deixado [de lado] quando tinham sido suspensas as comissões mistas. Então, na retomada da contagem, as MPs pares ficam com a relatoria da Câmara dos Deputados e a MPs ímpares com relatoria do Senado”, disse Randolfe nesta sexta.
Segundo Randolfe, as comissões mistas devem ser instaladas a partir de 4 de abril. “Se o presidente do Congresso Nacional estabeleceu que o critério é a restauração das comissões mistas, vamos construir uma forma dialogada de acordo com a Câmara dos Deputados para podermos avançar.”
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