Devagar com o andor

A venda da Sabesp é dada como certa na Assembleia Legislativa, mas deve enfrentar oposição nas Câmaras Municipais

Juntos. Funcionários da companhia se uniram a trabalhadores do Metrô e da CPTM, outros alvos da sanha privatista – Imagem: Sintaema/SP

Apoie Siga-nos no

Tarcísio de Freitas, do Republicanos, pretende obter o aval da Assembleia Legislativa de São Paulo para privatizar a Sabesp ainda neste ano. O governador teme que, se deixar a proposta para 2024, ano de eleições municipais, deputados da base vacilem diante da impopular medida, sobretudo após a desastrosa atuação da Enel no recente apagão que deixou 2 milhões de cidadãos sem luz por mais de 72 horas na capital. Antes que o debate eleitoral possa prejudicar seus planos, Freitas conta com a folgada maioria governista para aprovar, a toque de caixa, o projeto de lei que autoriza a venda da companhia paulista de água e saneamento.

Com o jogo ganho na Alesp, Freitas não esperava enfrentar a firme oposição manifestada por vereadores de vários municípios atendidos pela Sabesp, a começar pelos da capital paulista, onde a empresa tem mais 3,2 milhões de domicílios conectados à rede de água e quase 3 milhões de ligações de esgoto. Em reunião com empresários na terça-feira 28, o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, do União Brasil, voltou a manifestar contrariedade com o plano de desestatização, além de acusar o governador de atropelar o processo. “A Sabesp é uma empresa controlada pelo governo estadual, mas a competência de explorar água e esgoto é do município”, lembrou o vereador, acrescentando ser preciso aprofundar o debate sobre a privatização da companhia, algo que, certamente, deve avançar para o próximo ano. A declaração foi saudada por funcionários da empresa pública, que realizaram uma paralisação conjunta, ainda na terça 28, com trabalhadores do Metrô, da CPTM e da Fundação Casa, empresas que também podem ser entregues à iniciativa privada.

Leia essa matéria gratuitamente

Tenha acesso a conteúdos exclusivos, faça parte da newsletter gratuita de CartaCapital, salve suas matérias e artigos favoritos para ler quando quiser e leia esta matéria na integra. Cadastre-se!

Leia também

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

2 comentários

José Carlos Gama 5 de dezembro de 2023 13h31
Quem ganha com a privatização dos serviços públicos? as coisas são feitas para ajudar alguém jurídico em teoria, mas que beneficia pessoas físicas donas desse bem jurídico, uma elite econômica beneficiada pela elite política que por sua vez será recompensada para se perpertuar no poder em cargos mais levados fortalecendo o círculo de auto ajuda mútua vamperizando a econômia dos trabalhadores.
Paulo Cesar de Abreu Cobucci 6 de dezembro de 2023 12h48
PC

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.