Política
Desnutrição afetou mais da metade das crianças yanomamis de até 5 anos
Pico aconteceu durante a gestão Bolsonaro; entre 2019 e 2022, a média de crianças abaixo do peso foi de 54,4%
Mais da metade das crianças Yanomami de até cinco anos apresenta sinais de desnutrição por peso abaixo para a idade, pelo menos, desde 2015. Os dados são do Departamento de Atenção Primária à Saúde Indígena (DAPSI), do Ministério da Saúde, publicados nesta terça-feira 14.
Os números dizem respeito às crianças Yanomami que foram atendidas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena no Sistema Único de Saúde (SasiSUS), acompanhadas pela Vigilância Alimentar e Nutricional. Entre 2015 e 2022, o sistema monitorou uma média de 4 mil crianças por ano. Nos últimos oito anos, a média de crianças Yanomami abaixo do peso foi de 51,8%.
No ano passado, por exemplo, 4.040 crianças Yanomamis foram monitoradas e 52,2% delas estavam abaixo ou muito abaixo do peso. O pico aconteceu em 2021, quando 56,5% das 4.245 crianças monitoradas naquele ano estavam abaixo ou muito abaixo do peso. Em 2020 e 2019, mostram os dados, 54,5% das crianças estavam na mesma situação.
Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, a média de crianças Yanomamis atendidas abaixo ou muito abaixo do peso foi de 54,42%. O índice é mais de cinco pontos percentuais superior à média dos quatro anos anteriores à chegada de Bolsonaro ao poder, que foi de 49,27%.
A Terra Indígena Yanomami vive uma crise humanitária decorrente do exercício do garimpo ilegal na região, que tem gerado devastação ambiental e crescimento dos casos de desnutrição e de doenças, como a malária.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, cerca de 570 crianças Yanomami morreram de desnutrição e doenças evitáveis durante o governo Bolsonaro.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.