Política
Desmatamento na Amazônia atinge o 3º pior índice para o mês de outubro
Em 2022, bioma registrou recordes de destruição ambiental


O desmatamento na região Amazônica teve o terceiro pior outubro desde 2015, conforme dados do Deter, programa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Ao todo, foram derrubados 813,2 km² de mata nativa.
Desde o começo do ano, os números da destruição do bioma têm aumentado exponencialmente, tendo o meio ambiente se tornado um assunto sensível ao governo do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL).
Os números foram divulgados às vésperas da COP27, encontro da ONU que discute as mudanças climáticas.
Os dados do Prodes de desmatamento, programa do Inpe que mede a destruição anual da região, deve ser divulgado nos próximos dias.
No ano passado, o governo do ex-capitão apenas divulgou o balanço anual após o encontro da COP26 para evitar o assunto.
Os maiores índices de desmatamento amazônico foram registrados durante o governo Bolsonaro, que tenta minimizar a importância dos dados, acusando o Inpe de estar a serviço de outros interesses.
Durante o começo do mandato, o ex-capitão pediu a exoneração de Ricardo Galvão, chefe do Instituto, após a divulgação de um balanço negativo para a gestão federal.
Bolsonaro continua a afirmar que a maior parte da floresta Amazônica estaria intocada, o que não representa a realidade.
O candidato derrotado distorceu e usou de dados imprecisos para afirmar que o desmatamento e as queimadas cresceram mais em outros governos.
Enquanto as gestões anteriores adotaram medidas para derribar os níveis de destruição ambiental, durante o governo de Bolsonaro os índices bateram recordes atrás de recordes, registrando mais de 10 mil km² de mata destruída por ano.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.