Política
Derrotas no Congresso impediram déficit zero em 2024, diz Haddad
De acordo com o ministro, apesar desses percalços, o governo conseguiu bons resultados junto ao Congresso Nacional


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira 30, que o Brasil poderia ter um déficit fiscal zero, já em 2024, se o governo não tivesse sofrido algumas derrotas no Congresso Nacional.
“Se tivéssemos aprovado 100% do que propusemos para o Congresso Nacional no ano passado, nós estaríamos com déficit zero este ano – e sustentável. Receita e despesas equilibradas”, afirmou.
No entanto, reforçou o ministro, essas derrotas são compreensíveis porque são o resultado de se viver em um país democrático. “Então adiamos um pouco os resultados, mas a democracia é isso: é melhor você ter um Congresso dialogando com você do que um Congresso contra a sua opinião”, disse o ministro, que participou na tarde desta sexta do evento Conexão 50 – Encontro de Líderes de Franchising, em São Paulo.
De acordo com o ministro, apesar desses percalços, o governo conseguiu bons resultados junto ao Congresso Nacional.
“Macroeconomicamente falando, seria melhor fazer o ajuste de uma vez por todas, em um ano. Tem o passivo em 2023 e, em 2024, ajusta as contas. Mas não deu. Mas fomos bem no Congresso. Não deu tudo, mas fomos super bem e conseguimos dialogar com as duas Casas”, reforçou.
Durante o evento, Haddad se mostrou otimista em relação à economia brasileira e disse que, após uma década de difícil, ela pode entrar em um ciclo de crescimento sustentável, dependendo apenas de “pequenos ajustes”.
“Acredito que a economia brasileira pode, com pequenos ajustes e perseverança, entrar em um ciclo de crescimento sustentável”. Segundo o ministro, o Brasil está crescendo em torno de 3% e deve manter este ritmo em 2024.
“Não podemos nos conformar em crescer menos do que a média mundial porque nossas vantagens não são a média mundial, são superiores à média mundial. Se crescermos menos do que a média mundial é porque estamos errando em alguma coisa”, defendeu.
Entre essas vantagens, destacou, estariam o potencial natural do Brasil, a transformação ecológica e o aumento da escolaridade da força de trabalho.
(Com informações da Agência Brasil).
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