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Deputados da Bahia decidem manter prisão de Binho Galinha

Em votação secreta e extraordinária, político suspeito de chefiar milícia por lavagem de dinheiro poderá ter cargo cassado

Deputados da Bahia decidem manter prisão de Binho Galinha
Deputados da Bahia decidem manter prisão de Binho Galinha
O deputado estadual Binho Galinha (PRD-BA). Foto: Divulgação/ALBA
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A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) aprovou nesta sexta-feira 10 a manutenção da prisão do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, mais conhecido como Binho Galinha (PRD).

Desde a última semana, o parlamentar está preso por suspeita de chefiar uma milícia responsável por lavagem de dinheiro oriundo do jogo do bicho, agiotagem, extorsão, receptação qualificada, comércio ilegal de armas e associação para o tráfico. As investigações da Polícia Federal indicam que, mesmo sob medidas cautelares, o deputado continuou a liderar o esquema utilizando empresas de fachada e laranjas para movimentar recursos ilícitos.

A votação aconteceu após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Alba emitir um parecer sobre a decisão e levar o caso à plenário. O resultado foi definido por voto secreto e os deputados Vitor Bonfim (PV), Sandro Régis (União Brasil) e Fabíola Mansur (PSB) foram convocados para contar os votos.

“Ante o exposto, a CCJ concluiu no sentido de que a prisão preventiva decretada em desfavor do deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida (Binho Galinha) não é compatível com o texto literal da Constituição Federal e da Constituição do Estado da Bahia. Por outro lado, é compatível com a interpretação do texto constitucional que vem sendo adotada pela Suprema Corte Brasileira”, expõe o trecho final do parecer.

Esta não é a primeira vez que Binho Galinha foi preso. Antes de ingressar na política, já havia tido passagens em 2011 sob acusação de integrar uma quadrilha especializada em roubos de veículos, ramo que foi empresário, após ter ganhado fama e o apelido no início da vida profissional, quando trabalhou num abatedouro de aves.

Binho foi denunciado pelo Ministério Público da Bahia em fevereiro de 2025 como líder da organização criminosa que domina atividades ilícitas em Feira de Santana. Desde então, passou a responder a processos, mas se manteve no exercício do mandato na Assembleia Legislativa da Bahia, sem que o Conselho de Ética da Casa instaurasse processo disciplinar.

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