Política
Deputado que quebrou placa de Marielle ofende e troca cuspes com uma militante do PSOL
O parlamentar do PSL diz que se a militante fosse homem ‘levaria um soco’


O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), que ficou conhecido ao quebrar uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco em sua campanha em 2018, se envolveu em uma nova confusão. Desta vez, o parlamentar trocou ofensas e cuspes com uma militante do PSOL, partido de oposição ao governo de Jair Bolsonaro.
O caso aconteceu na Universidade Estácio de Sá, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, local onde Daniel cursa Direito. A briga entre o deputado e a militante, que não foi identificada, começou quando ele pergunta se ela pertence ao PSOL. Os dois estavam no café da universidade.
A moça responde que sim e então Daniel começa a ofendê-la. “Aham, partido de maconheiros, vagabundo, narcoterrorista, eu sei bem.” Os dois começam a se xingar. Ela chama o deputado de ridículo e diz que fascistas não passarão. Ele provoca dizendo para ela falar mais.
Após este momento, a militante cospe em Daniel, que revida o cuspe junto com xingamentos. Veja o vídeo que o deputado postou nessa segunda-feira 9:
Vídeo em que o “Dragão de Komodo” ou “lhama cuspideira” ou “aprendiz de Jean Wyllys” ou seja lá o que for, me ataca antes e me cospe. Evidente que revidamos. Pau que dá em Chico, dá em Francisco. Tinha que ser um homem, assim, levaria um soco na boca. Vai cuspir na PQP! pic.twitter.com/6DAmExqIyf
— Daniel Silveira (@danielPMERJ) December 9, 2019
O PSOL não se manifestou sobre o caso. O deputado soltou uma nota justificando a situação, dizendo ter sido atacado antes de xingar a moça. E afirma que gravou a briga para que nada pudesse ser distorcido. No fim, admite: “Se por um acaso tentar me bater, vai apanhar”.
Veja a íntegra da nota de Daniel Silveira:
“Nota Sobre A Estudante Psolista Cuspideira
Na última sexta feira, 06.12.2019, na Universidade Estácio de Sá – Petrópolis, onde curso direito e compareci para fazer minhas provas, fui abordado por uma estudante na cantina do campus, que começou a me desferir agressões verbais e também afirmando que o estabelecimento estava muito “mal frequentado”. Percebendo que ela estava subindo o tom, resolvi gravar numa live e publicar numa rede social para que nada pudesse ser distorcido, pois a partir do momento que ela se identificou como militante do PSOL, tive a certeza de que tudo que ela queria era seguir a cartilha de promover ataques para em seguida distorcer os fatos e posar de vítima. As imagens, desde que assistidas na íntegra e não em versões editadas que já circulam em redes sociais e aplicativos de comunicação, comprovam de forma clara e inquestionavelmente tal modus operandi.
Devolvi sim as agressões verbais, inclusive e cuspida que ela me desferiu, pois deixei bem claro, que tipos como ela estavam acostumados a promover todo tipo ofensas, agressões e ameaças sem serem questionados e confrontados, e depois, com o apoio de grande parte da imprensa e outras instituições, criarem suas narrativas vitimistas e fazendo das vítimas os criminosos.
Não sou e nunca serei um político profissional. Eu estou deputado para trabalhar pelo povo e não para ser atacado, humilhado e pagar pedágio para o politicamente correto como sugere a cartilha de políticos profissionais.
Se me xingar, será xingado.
Se me cuspir, será cuspido.
E se por um acaso tentar me bater, vai apanhar.
Trato todos com atenção, cordialidade e humildade, mas não esperem de mim sorrisos e apertos de mão perante insultos ou agressões. Sou conservador, não covarde. Não misturem as coisas.
Daniel Silveira
Deputado Federal”
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