Política

Deputado do PL cita 64 e apela às Forças Armadas após tornozeleira em Bolsonaro

Coronel Chrisóstomo (RO) disse ter sentido ‘orgulho’ dos militares no ano do golpe contra João Goulart

Deputado do PL cita 64 e apela às Forças Armadas após tornozeleira em Bolsonaro
Deputado do PL cita 64 e apela às Forças Armadas após tornozeleira em Bolsonaro
O deputado Coronel Chrisóstomo. Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) cobrou, nesta sexta-feira 18, uma reação das Forças Armadas à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que impôs medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a exemplo do uso de tornozeleira eletrônica.

Em uma coletiva de imprensa no Senado, o bolsonarista disse ter se orgulhado das Forças em 1964, em referência ao golpe que depôs o presidente João Goulart e fez o Brasil mergulhar em uma ditadura da qual só sairia 21 anos depois.

“Eu sou das Forças Armadas, me orgulhava das Forças Armadas, me orgulhei das Forças Armadas em 1964, embora ainda fosse menino. Hoje eu quero dizer o seguinte: Forças Armadas, estejam ao lado do povo brasileiro. Estejam ao lado da democracia”, declarou o deputado de extrema-direita.

Motivo de ‘orgulho’ para Chrisóstomo, a ditadura militar fechou três vezes o Congresso Nacional. O Ato Institucional nº 2 deu ao presidente da República o poder de decretar o recesso do Parlamento – nesse período, portanto, o militar na chefia do Executivo tinha a prerrogativa de legislar.

Em 20 de outubro de 1966, o marechal Castelo Branco decretou recesso por um mês, para supostamente conter um “agrupamento de elementos contrarrevolucionários” que teria se formado no Legislativo “com a finalidade de tumultuar a paz pública”.

Em 13 de dezembro de 1968, o marechal Costa e Silva baixou o AI-5 e fechou o Congresso para oficialmente combater “ideologias contrárias às tradições de nosso povo”.

O último a decretar o fechamento do Legislativo foi o general Ernesto Geisel, em 1977, por meio do “pacote de abril”, depois de o Congresso rejeitar uma emenda constitucional. Geisel alegou que o MDB havia estabelecido uma “ditadura da minoria”.

Em 2014, após dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade apontou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no País. Entre elas, 210 são desaparecidas.

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