Deputado do PDT diz que Ciro erra ao criticar Lula: ‘Melhor seria focar no Bolsonaro’

Em entrevista a CartaCapital, Chico D'Angelo (PDT-RJ) disse que 'há um erro na condução' da estratégia de Ciro, 'no ponto de vista de desconstruir o Bolsonaro'

O deputado federal Chico D'Angelo (PDT-RJ). Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

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O deputado federal Chico D’Angelo (PDT-RJ) criticou a estratégia de campanha do pré-candidato de seu partido à Presidência, Ciro Gomes, por conta de declarações relacionados ao adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Em entrevista nesta sexta-feira 1 ao programa Direto da Redação, do canal de CartaCapital no YouTube, o parlamentar afirmou que o Ciro comete “equívoco” na “crítica contundente” a Lula, porque falha em “desconstruir”  a imagem da candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL).

“A campanha propositiva é correta. Eu discordo da crítica mais contundente ao Lula. Acho que esse é um equívoco“, afirmou D’Angelo. “Hoje, acho que a prioridade do cidadão brasileiro é tirar essa figura chamada Bolsonaro da Presidência da República. E o Lula está, nas pesquisas, bem à frente. A possibilidade do crescimento do Ciro se dá em cima do Bolsonaro, e não do Lula. Então, acho que há um erro na condução, no ponto de vista de desconstruir o Bolsonaro com a perspectiva de ter duas candidaturas progressistas no segundo turno.”

Na sequência, D’Angelo afirmou que Ciro Gomes deveria “focar a crítica” em Bolsonaro.

“São duas candidaturas do campo democrático popular, a do Lula e a do Ciro. Tem uma candidatura que representa o atraso, o retrocesso, o antidemocrático, o fascismo”, afirmou. “Como o PDT tem uma história nesse campo democrático popular, a estratégia melhor para o Ciro seria focar a crítica no Bolsonaro, e não no Lula“.

 


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Filiado ao PDT desde 2018, D’Angelo trilhou uma carreira política de cerca de 30 anos no PT e se desfiliou do partido naquele mesmo ano. Como parlamentar do Rio de Janeiro, acabou seguindo o mesmo rumo de Rodrigo Neves, que foi prefeito de Niterói pelo PT e hoje é pré-candidato a governador pelo PDT.

Para D’Angelo, apesar do favoritismo de Lula nas pesquisas, Bolsonaro deve apresentar algum impacto nas intenções de voto por conta da aprovação da proposta bilionária que turbina programas sociais a 100 dias da eleição.

Essa PEC é uma sinuca de bico que o governo Bolsonaro colocou para a oposição“, avaliou o deputado. “Ouvi algumas opiniões de parlamentares da oposição com a avaliação de que isso não terá impacto. Eu discordo. Acho que essa PEC terá sim um impacto eleitoral, porque as pessoas precisam comer, as pessoas precisam viver, e o governo durante três anos e meio trabalhou com uma lógica de não dar atenção a essa população. E a população mais humilde que se sentir beneficiada nesses três meses, o governo vai fazer uso eleitoral. É um vale tudo mesmo.”

A chamada “PEC dos Combustíveis” foi aprovada na quinta-feira 30 no Senado, com votos de toda a oposição. A Câmara deve analisar o projeto na semana que vem. Segundo D’Angelo, a bancada do PDT ainda deve se reunir para determinar se o voto dos deputados será favorável à PEC, mas que “o cenário é de complexidade” para votar contra.

 

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