Política

Deputadas querem levar Marco Feliciano ao Conselho de Ética

Uma jovem de 22 anos garante ter sido vítima de assédio, tentativa de estupro e agressão pelo parlamentar do PSC

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A líder da minoria na Câmara, Jandira Feghali (PCdoB), e parlamentares da bancada feminina apresentaram nesta quarta-feira 10 uma representação contra o deputado Marco Feliciano no Conselho de Ética. Com 22 assinaturas, o documento pede a abertura de um processo para apurar as denúncias da estudante Patrícia Lélis, que afirmou ter sido vítima de assédio, tentativa de estupro e agressão pelo parlamentar do PSC.

“Não prejulgamos ninguém, mas a omissão da Casa não é aceitável”, afirmou Feghali. A deputada lembrou que a iniciativa é apartidária e visa o esclarecimento dos fatos. “Esperamos uma apuração isenta. E, se houver comprovação, que se tome as providencias necessárias”.

A petista Érika Kokay também destacou que Feliciano tem direito a exercer a ampla defesa, mas observou que o colega da Câmara é acusado de praticar cinco crimes. “Agressão sexual, agressão física, ameaça, tentativa de corrupção e cárcere privado. Estas denúncias têm que ser apuradas com o rigor que a democracia exige”.

Um caso envolto em controvérsias

Desde que veio à tona na semana passada, o caso está envolto em controvérsias. A versões se contradizem e ainda há muito a ser investigado pela polícia. O chefe de gabinete de Feliciano chegou a ser preso na sexta 5, sob a acusação de manter a jovem de 22 anos em cárcere privado, além de coagi-la a gravar vídeos em que negava as acusações contra o deputado. Foi liberado horas depois.

Em depoimento à Polícia Civil de São Paulo, Lélis, ex-militante da juventude do PSC, afirmou que Feliciano a atraiu para seu apartamento funcional, em 15 de junho, e tentou abusá-la sexualmente. “Ele tentou levantar meu vestido e tirar minha blusa. Como eu não deixei, ele me deu um soco na boca e um chute na perna”, afirmou aos investigadores, segundo o relato do jornal O Estado de S.Paulo.

A jovem teria escapado após uma vizinha ouvir seus gritos e tocar a campainha para saber se estava tudo bem. Ainda de acordo com o relato da jovem, a agressão foi relatada à cúpula do PSC no dia seguinte. Ela conta ter recebido, porém, uma oferta de suborno em troca do silêncio.

A investigação ainda apresenta diversas pontas soltas. Não está esclarecido, por exemplo, por que a jovem aceitou o convite para ir para São Paulo ou por que acabou gravando um vídeo no qual desmentia as acusações feitas anteriormente contra Feliciano. Para entender as reviravoltas das apurações conduzidas pela polícia, clique aqui.

 

“A justiça vai vir à tona”, defende-se Feliciano

Em vídeo gravado ao lado da esposa, Edileusa, o parlamentar afirma que já foi inocentado diversas vezes pela “justiça dos homens”, mesmo após ter sido alvo de escrachos publicamente. “Como não conseguem nunca me pegar em nada nesse País, não sou corrupto, não sou uma pessoa má, agora tocaram no meu moral. Mas tenho certeza que a justiça vai vir à tona.”

Entusiasta de projetos como “cura gay” ou “castração química para estupradores”, fez ainda um apelo ao público para que não o “condenem antes do tempo” e disse perdoar Patrícia. “Embora eu esteja com o coração quebrado e machucado, com a minha família sofrendo, eu não vou julgar essa moça, eu perdoo ela. Embora eu espere que ela seja responsabilizada pela falsa comunicação do crime, eu perdoo.”

* Com informações da Agência Brasil.

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