Política
Deputada que defendeu sessão só com homens alega ser vítima de ‘crentefobia’
Mical Damasceno acusa a esquerda de descontextualizar declarações que, segundo ela, se baseiam em princípios bíblicos


A deputada estadual Mical Damasceno (PSD-MA) alegou ser vítima de ‘crentefobia’ após a repercussão de sua sugestão de que apenas homens participem de uma audiência alusiva ao Dia da Família na Assembleia Legislativa do Maranhão, prevista para 15 de maio.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, Damasceno acusou a esquerda de descontextualizar declarações que, segundo ela, se baseiam em princípios bíblicos.
“O que eu percebo na esquerda e nos veículos de comunicação é uma crentefobia onde, na verdade, querem nos pressionar e nos calar, pois não aceitam e nem respeitam a nossa visão de mundo, a visão de mundo dos crentes, das pessoas que acreditam na Bíblia”, disse. “Querem nos impor os novos formatos de família, mas não respeitam nosso modelo de família tradicional, instituído por Deus.”
Em 17 de abril, ao defender uma sessão somente com homens, Damasceno disse ter o objetivo de mostrar à sociedade “quem é o cabeça da família”. Ela foi reeleita em 2022 com pouco mais de 52 mil votos e iniciou no ano passado seu segundo mandato.
A parlamentar já esteve envolvida em um possível caso de intolerância religiosa em setembro passado. Damasceno discutiu com líderes de religiões de matriz africana durante uma sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça para debater casos de racismo religioso – ela fazia parte do grupo acusado de atacar o terreiro de mina Ilê Axé Oxum Ôpara.
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