Estimulado pela deputada Bia Kicis, vice-líder do PSL na Câmara, a ‘delatar’ os funcionários filiados a partidos políticos, os Correios preparam uma resposta a ser enviada à parlamentar e ao ministério a qual a empresa é subordinada.
O pedido é motivado pela ‘denúncia’ de um suposto funcionário da empresa. No dia 16 de julho, Kicis recebeu via e-mail uma lista nominal dos funcionários ligados a partidos políticos que trabalham no Rio de Janeiro. Dos 12 mil funcionários da unidade, segundo a lista, 2.315 são filiados a algum partido, e 1.273 são membros do PT, PSOL, PDT ou PCdoB.
Na mensagem, o remetente fala na ‘forte oposição’ feita por esses partidos ao governo e os ‘riscos que isso causa ao Brasil’. Cita o suposto uso da empresa por Dilma Rousseff nas eleições de 2014, ação já arquivada pelo TSE. E se despede com a seguinte anotação: “O impressionante é que 399 funções são ocupadas por membros filiados ao PT, PSOL, PDT, e PCdoB.”
Depois de passar pelo ministério, o pedido chegou à alta cúpula dos Correios. No dia 29, Gilmar Santos Castelli, chefe do Departamento de Relações Institucionais da empresa, pediu ao Departamento de Gestão de Pessoas ‘subsídios’ para atender a demanda da deputada, no máximo até o dia 5.
Procurada por CartaCapital, os Correios afirmam em nota que “aspectos relacionados a filiações político-partidárias não são objeto de apreciação para fins de designação ou de destituição de função.” A assessoria de imprensa da empresa não respondeu, entretanto, se confirmou ou não à deputada e ao Ministério quem eram os funcionários filiados.
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