Política

Deputada ataca Glenn: “Quem tem que sair preso é o jornalista”

A parlamentar Kátia Sastre (PL-SP) argumentou que o ministro Sergio Moro tem ‘postura perfeita’

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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A deputada federal Kátia Sastre (PL-SP) defendeu o julgamento, a prisão e a condenação do jornalista Glenn Greenwald em audiência na Câmara realizada nesta terça-feira 25. O editor do site The Intercept Brasil foi à sessão para prestar esclarecimentos sobre os vazamentos noticiados nas últimas semanas. No espaço para perguntas, o jornalista foi duramente criticado pela parlamentar.

Ao início de sua declaração, Kátia acusou Greenwald de atuar em conjunto com hackers de uma organização criminosa. Além disso, defendeu a conduta do ministro da Justiça, Sergio Moro. “Querem julgar e incriminar um ministro que tem uma postura perfeita, de um juiz que é ímpar. É uma afronta para o povo brasileiro. Quem deveria ser julgado, condenado e sair preso é o jornalista”, disparou a ex-policial militar.

A declaração provocou reações imediatas de figuras da oposição. A deputada e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT-PR), interveio: “Isso é ofensa”. O tumulto prosseguiu: “Vocês falarem que o ministro cometeu crime não é ofensa?”, devolveu Kátia. A presidência da mesa pediu para travar a cronometragem, até que o embate terminasse. A deputada reclamou de ter sido interrompida.

“Então vamos falar de publicações. No último dia 16, foi publicado que, ilegalmente, o senhor jornalista teria pago 700 mil dólares em uma mesada. Também tem que ser condenado e julgado? Teria que sair preso daqui também”, continuou. “Uma página completamente ideológica, que sempre defendeu um caminho, fala algo de um juiz que combate o crime, diz que ele cometeu um crime. Quem tem que sair preso é quem cometeu um crime”, argumentou. Ao concluir, afirmou que o ministro não precisa pedir apoio a terceiros, porque já tem “apoio do povo brasileiro”.

Em resposta, Greenwald disse que a parlamentar não teria evidências para embasar sua argumentação. “Pelo menos ela teve coragem de expressar acusações graves na minha cara”, assinalou, em referência à ausência de boa parte dos governistas na sessão. “O que está faltando ao discurso são as evidências. Uma acusação específica. Moro não tem evidência alguma. Ele só tem táticas de intimidação.”

Ao longo da audiência, o jornalista defendeu a veracidade do conteúdo vazado, condenou a atuação do então juiz Sergio Moro no âmbito da Operação Lava Jato e contrapôs críticas sobre o caráter ético da divulgação do material pelo Intercept. Entre os participantes da sessão, estavam os deputados Henrique Fontana (PT-RS), Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Jandira Feghali (PC do B – RJ).

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