O cenário é desolador. Para 2023, Jair Bolsonaro reservou 5,9 bilhões de reais para a educação básica, valor 34% inferior ao orçamento deixado por Temer e a menor verba em 11 anos. As universidades federais, que chegaram a retardar a retomada das atividades presenciais por falta de recursos para pagar despesas básicas, como água e luz, seguem na penúria. Mais de 200 mil pesquisadores sofreram atrasos no pagamento de bolsas de mestrado e doutorado. Diversos órgãos do Ministério da Educação foram sucateados ou completamente abandonados. “É como se você tivesse uma casa destruída por um tornado. Depois de reerguê-la, ainda terá de equipá-la”, compara Priscila Cruz, presidente-executiva e cofundadora do movimento Todos pela Educação, que integra a equipe de transição do presidente Lula.
Diante do calamitoso cenário e do aperto fiscal imposto pelo teto de gastos públicos, a especialista defende que o novo governo tenha atenção redobrada ao planejar os investimentos na educação pública. “Não dá para desperdiçar recursos em projetos que não trarão resultados significativos para os alunos”, afirma Cruz, mestre em Administração Pública pela Harvard Kennedy School of Government.
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