Deltan Dallagnol, o menino de ouro da Lava Jato, está na mira do Ministério Público. O Conselho de Nacional da entidade abriu, nesta terça-feira 23, um processo administrativo por declarações críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à rádio CBN, em agosto do ano passado, Deltan declarou que os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski formavam uma “panelinha” dentro do STF e haviam mandando “mensagem de leniência em favor da corrupção”.
Disse o procurador: “Agora o que é triste ver, Milton, é o fato de que o Supremo, mesmo já conhecendo o sistema e lembrar que a decisão foi 3 a 1 os três mesmos de sempre do Supremo Tribunal Federal que tiram tudo de Curitiba e mandam tudo para a Justiça Eleitoral e que dão sempre os habeas corpus, que estão sempre se tornando uma panelinha assim… que mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção.”
Ele falava da transferência de termos de delação premiada da Odebrecht da Justiça Federal em Curitiba para a justiça Federal e Eleitoral do DF.
O procurador lamentou a decisão nas redes sociais , argumentando que fez “ressalva expressa” de que não estava imputando má-fé a ninguém. Segundo ele, o processo contra ele é o primeiro em treze anos de carreira.
Foi crítica de autoridade pública, contra decisões de autoridades públicas, em matéria de interesse público, o que entendo ser um dos núcleos fundamentais da liberdade de expressão. Fiz ressalva expressa, na entrevista, no sentido de que não estava imputando má-fé a ninguém.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) April 23, 2019
Apesar do voto contrário do relator, o Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, a maioria colegiada por investigar se Deltan cometeu ou não infração disciplinar.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login