Política

Deltan e Moro queriam destinar fundos da Vara Federal para publicidade

Procurador pediu 38 mil reais da 13ª Vara para companha publicitária do pacote das 10 Medidas Contra a Corrupção. O repasse é ilegal

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Depois de ser revelado que Deltan Dallagnol, procurador do Ministério Público Federal, tinha intenções lucrativas com palestras sobre a Lava Jato, novas mensagens mostram que o coordenador da força-tarefa e o então juiz Sérgio Moro articularam o repasse ilegal de 38 mil reais da 13ª Vara Federal de Curitiba para fins publicitários, o que não está previsto. As informações foram divulgadas pelo jornalista Reinaldo Azevedo em seu blog no UOL.

De acordo com os diálogos revelados, Dallagnol teria pedido a Moro a “destinação de valores da Vara, daqueles mais antigos” para um vídeo publicitário que promovia um comercial do pacote “10 Medidas Contra a Corrupção” na TV Globo. O projeto, elaborado pelo Ministério Público Federal, procurava apoio popular para ser protocolado como projeto de lei e votado no Congresso. O Senado já aprovou, na Comissão de Constituição e Justiça, uma versão do projeto – que inclui a criminalização de magistrados por abuso de autoridade -, e agora o texto voltará para debate da Câmara dos Deputados.

“A produtora está cobrando apenas custos de terceiros, o que daria uns 38 mil. Se achar ruim em algum aspecto, há alternativas que estamos avaliando, como crowdfunding e cotização entre as pessoas envolvidas na campanha”, escreve Dallagnol a Moro, que responde: “Se for só uns 38 mil achi [“acho”] que é possível. Deixe ver na terça e te respondo”.

De acordo com o funcionamento democrático das instituições, as varas federais recebem recursos do Tribunal Regional Federal, que tem, também, uma destinação de verba feita pelo Conselho da Justiça Federal. O dinheiro é utilizado para cobrir despesas correntes.

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