O hacker Walter Delgatti afirma ter se encontrado com o então ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira em duas das cinco ocasiões em que diz ter ido à sede da pasta, em 2022.
A informação foi confirmada pelo advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira 28. Moreira também declarou que, segundo o hacker, o tenente-coronel Mauro Cid e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) estiveram presentes nos encontros que Delgatti diz ter mantido com Jair Bolsonaro .
Conforme apurou CartaCapital, a Polícia Federal deve convocar Nogueira, ex-comandante do Exército, a prestar depoimento sobre as visitas do hacker à Defesa.
À CPMI do 8 de Janeiro, Delgatti afirmou ter se reunido cinco vezes com técnicos do Ministério da Defesa e relatou uma conversa com Nogueira.
Conforme a versão do hacker, em 10 de agosto do ano passado Bolsonaro reforçou a ele um pedido: auxiliar técnicos do ministério a apontar ao Tribunal Superior Eleitoral uma suposta fragilidade nas urnas eletrônicas.
O incumbido de levar Delgatti à Defesa seria o coronel do Exército Marcelo Câmara, auxiliar do ex-capitão. À CPMI, o hacker declarou que entrava na sede da pasta pela porta dos fundos, afirmação repetida em depoimento à Polícia Federal. O objetivo seria evitar o registro de sua chegada nos sitemas da portaria central.
O suposto plano mirabolante do QG bolsonarista – e que teria sido discutido na Defesa – envolveria a implantação de um “código malicioso” em uma urna eletrônica para gerar dúvida sobre a integridade do sistema entre eleitores.
Walter Delgatti também sustenta ter “orientado” a produção do relatório do Ministério da Defesa sobe as urnas, entregue ao TSE em novembro de 2022. A auditoria dos militares não identificou qualquer fraude no pleito, mas, ao contrário do monitoramento de outras entidades, levantou especulações e apresentou uma série de “recomendações”.
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