Política

Defesa negou levar ministros à terra yanomami, diz jornal

Militares que fazem ações contra o garimpo na região estariam ‘aquartelados’, deixando de executar as ações de combate ao garimpo ilegal

Ação do Ibama contra o garimpo ilegal em terras do povo Yanomami em Roraima. Foto: IBAMA / AFP
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O Ministério da Defesa teria se negado a disponibilizar aeronaves do Exército para levar uma comitiva de ministros de Estado à Terra Yanomami, que enfrenta escalonamento da crise humanitária. A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

No dia 10 de janeiro, Marina Silva, do Meio Ambiente, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas e Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos planejaram viajar para a cidade de Auaris, em Roraima, para acompanhar a situação dos indígenas.

No entanto, foram informados que a Defesa não disponibilizaria aeronaves para o transporte dos ministros até as terras indígenas. Na justificativa da negativa, a Pasta afirmou que as aeronaves disponíveis não teriam autonomia de voo para chegar no local.

O deslocamento dos ministros somente foi possível por iniciativa da Funai e da Secretaria de Saúde Indígena, que conseguiram encontrar uma solução para o transporte da comitiva.

Segundo a colunista, a falta de suporte do Ministério da Defesa, apesar de causar estranheza e incômodos, não surpreendeu as autoridades que lidam com a crise yanomami há meses.

Para integrantes do governo paira a percepção de que os militares alocados na região que engloba a terra indígena estariam “aquartelados”, deixando de executar as ações de combate ao garimpo ilegal.

Procurado pela reportagem da Folha, a Defesa não comentou a negativa de empréstimo das aeronaves, mas pontuou que as Forças Armadas já realizaram mais de 7.400 horas de voo na região em operações de combate aos garimpeiros.

Nos últimos meses foi notada uma diminuição nas ações contra o garimpo legal nas terras indígenas yanomami.

A ausência dos militares coincide com a retomada da força doa garimpeiros na região, o que ocasionou um acirramento da crise humanitária indígena.

No começo de janeiro, o presidente Lula (PT) promoveu uma reunião ministerial para avaliar as medidas e definir novos planos de ação na TI.

Entre as iniciativas definidas no encontro está a presença de agentes das Forças Armadas e da Polícia Federal de forma permanente na área.

Para melhorar a estrutura de hospitais e centros de acolhimento indígenas, a Casa Civil também anunciou um investimento de 1,2 bilhão de reais em 2024.

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