Política

Decreto de Bolsonaro transfere Pazuello para reserva remunerada do Exército

O ex-ministro decidiu se aposentar logo do Exército para poder disputar uma das 46 cadeiras do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados

Decreto de Bolsonaro transfere Pazuello para reserva remunerada do Exército
Decreto de Bolsonaro transfere Pazuello para reserva remunerada do Exército
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Carolina Antunes/PR
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O presidente Jair Bolsonaro transferiu o general Eduardo Pazuello para a reserva remunerada do Exército, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira. O ato também é assinado pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto.

A ida antecipada de Pazuello, que foi ministro da Saúde, para a reserva começou a contar em 28 de fevereiro e foi formalizada “a pedido” do general, confirmando apuração do Estadão feita no mês passado. Segundo a reportagem, o ex-ministro decidiu se aposentar logo do Exército para poder disputar uma das 46 cadeiras do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados. Pazuello ainda conversa com alguns partidos, sendo o PL, o mesmo do presidente, seu destino mais provável.

General de Divisão, Pazuello atingiu em 2018 o posto máximo de sua carreira no Exército, o Serviço de Intendência. Ele só poderia permanecer na ativa até 31 de março, quando seria transferido à reserva compulsoriamente, depois de quatro anos no cargo. O general de três estrelas, no entanto, protocolou no Exército um requerimento de aposentadoria de sua iniciativa.

Na prática, com a aposentadoria “a pedido”, Pazuello antecipa a passagem à reserva remunerada, por um período curto. Agora, o ex-ministro pode se filiar e participar de atividades partidárias, o que é vedado aos militares da ativa. Para se candidatar, um militar deve comunicar a intenção ao Comando do Exército e se licenciar no prazo de seis meses antes das eleições.

Pazuello entrou no Ministério da Saúde como secretário executivo em abril de 2020 e em junho assumiu o comando da pasta. Em março do ano passado, foi demitido do cargo, sendo substituído pelo atual ministro, Marcelo Queiroga.

O ex-ministro é investigado pela Polícia Federal por sua atuação no colapso hospitalar de Manaus durante a pandemia de covid-19, quando pessoas morreram por falta de oxigênio, e também é um dos 80 nomes sugeridos pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid no rol de indiciamentos.

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