Política
De olho no Senado em 2026, Derrite troca o PL pelo PP
O bolsonarista é secretário de Segurança do governo de Tarcísio de Freitas em São Paulo


O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, vai trocar o PL, partido de Jair Bolsonaro, pelo PP, ao qual já foi filiado. A mudança, segundo os envolvidos, mira a disputa para o Senado em 2026, quando haverá duas vagas em disputa por cada estado.
A troca foi confirmada pelo presidente do PP, Ciro Nogueira, que relatou “muita alegria” com a “volta para casa” de Derrite. O secretário foi eleito deputado federal pelo partido em 2018, mas saiu para o PL quatro anos depois. Nogueira agradeceu a Bolsonaro e ao presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, por terem dado aval para a mudança.
O nome de Derrite é ventilado como um dos possíveis candidatos do bolsonarismo ao governo de São Paulo caso o atual ocupante do cargo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), concorra à presidência da República. O secretário, porém, negou a possibilidade.
“Estou comprometido 100% com a candidatura ao Senado. Não cogito o governo de São Paulo pois estou fechado com Tarcísio para qualquer projeto e o projeto dele é reeleição ao Estado”, disse à jornalista Andreia Sadi, do g1 e da Globonews.
Derrite é o chefe da Segurança Pública em São Paulo desde que Tarcísio assumiu o governo, em janeiro de 2023. Policial Militar desde os 18 anos, ele ingressou nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) seis anos depois. Foi afastado da tropa por ‘excesso de mortes’, como revelou a um canal do YouTube.
“Tive muita ocorrência de troca de tiro, eu ia para cima. Quem vai para cima está sujeito. Troquei tiro várias vezes, uma atrás da outra e isso acabou incomodando. Não sei quem, mas veio a ordem de cima para baixo, questão política: ‘Tira o Derrite’. Fui convidado a me retirar”, contou, orgulhoso.
Eleito deputado federal em 2018 pelo PP, surfando na onda bolsonarista, foi reeleito em 2022, já pelo PL. Não chegou a assumir efetivamente o mandato, já que foi nomeado secretário de Segurança Pública. Antes de entrar para a política, atuou por cinco anos no Corpo de Bombeiros de São Paulo.
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