Política
De mãos dadas
A influência dos padrinhos políticos será decisiva na disputa ao governo do Ceará, indica o Vox Populi


Ao contrário da disputa presidencial, na qual o funil só tem espaço para Lula e Jair Bolsonaro, as eleições nos estados, em geral, seguem um jogo aberto. Na maioria das unidades da federação, a ausência de um franco favorito e a ascensão de lideranças pouco testadas nas urnas reforçam o peso dos “cabos eleitorais”, dos padrinhos políticos. No Ceará não é diferente, aponta pesquisa do Vox Populi encomendada por CartaCapital.
O Capitão Wagner, do União Brasil, apoiado por Bolsonaro, lidera em todos os cenários nos quais os candidatos não aparecem associados a seus padrinhos políticos. Nesses casos, o principal concorrente é Roberto Cláudio, do PDT, ex-prefeito de Fortaleza. Em uma das simulações, sem outros concorrentes, Wagner e Cláudio empatam na margem de erro: 39% a 37%. Nas demais, com um terceiro nome, em geral do PT, o capitão mantém um porcentual próximo da casa dos 40%, enquanto o ex-prefeito oscila de 26% a 32%, a depender do outro adversário listado. Atual governadora e na disputa pela indicação do PDT, Izolda Cela fica 20 pontos porcentuais atrás do bolsonarista: 48% a 28%.
Lula e Camilo Santana, ex-governador, são os mais fortes cabos eleitorais
O quadro muda radicalmente quando os candidatos são associados a seus cabos eleitorais. O ex-presidente Lula e o ex-governador Camilo Santana, que vai concorrer ao Senado, são os padrinhos mais poderosos, segundo a pesquisa. Sem eles, o nome do PT mais bem colocado entre aqueles apresentados aos entrevistados é o da deputada federal Luizianne Lins. Com os dois, os três petistas listados (Lins, José Airton e José Guimarães) alcançam a liderança na intenção de votos. Bolsonaro, ao contrário, é uma âncora: diante da informação do apoio do presidente da República, parte do eleitorado abandona o Capitão Wagner: seu porcentual cai de perto dos 40% para menos de 30% na maioria das simulações. Cláudio, preferido por Ciro e Cid Gomes, também desidrata ao ser ligado aos irmãos.
Apesar da ruptura no plano nacional, os Ferreira Gomes e o PT cultivam uma bem-sucedida aliança no Ceará há duas décadas. O acordo anda, porém, ameaçado pela disputa presidencial e por divergências na escolha do candidato do grupo na eleição estadual. Ciro e Cid preferem Cláudio, os petistas gostariam de emplacar Izolda Cela, vice-governadora que assumiu o Ceará após o desligamento de Santana para concorrer à vaga no Senado. Menos conhecida do que os demais concorrentes, Cela, indica o levantamento, teria grandes chances de ganhar no primeiro turno, caso viesse a ser apoiada simultaneamente pelos irmãos Gomes, por Lula e por Santana. Ou seja, caso a aliança não se rompa. Segundo este cenário, a pedetista alcança 54% das intenções de voto, contra 30% de Wagner. Brancos e nulos seriam 11%, enquanto 4% não souberam ou não quiseram responder.
Na corrida presidencial, Lula lidera com folga no Ceará. O ex-presidente tem 56% no voto estimulado, quando os eleitores são submetidos a uma lista de candidatos. Bolsonaro chega a 21% e Ciro Gomes, a 13%. André Janones (Avante) aparece com 2%, Simone Tebet (MDB) marca 1% e Felipe D’Ávila (Novo) não pontua. Brancos e nulos somam 5%.
Em relação ao Senado, Santana alcança 68% das preferências. O Pastor Paixão (PTB) é lembrado por 4% dos entrevistados, seguido por José Alberto Bardawill, do PL (3%) e Marcelo Mendes, do Avante (1%). Brancos e nulos são 16%.
O Vox Populi também mediu a popularidade do governo Bolsonaro. No estado, 65% dos eleitores reprovam o desempenho do presidente, contra 33% de aprovação. Outros 2% não souberam ou não quiseram responder.
O levantamento ouviu 1.304 eleitores cearenses, em 76 municípios, entre os dias 10 e 13 de julho. A margem de erro é de 2,7%, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. •
Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002
Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002
Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002
Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002
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Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002
Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002
PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1217 DE CARTACAPITAL, EM 20 DE JULHO DE 2022.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “De mãos dadas “
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