Política

assine e leia

De mãos dadas

A influência dos padrinhos políticos será decisiva na disputa ao governo do Ceará, indica o Vox Populi

De mãos dadas
De mãos dadas
Decisão. Santana, Lula e os irmãos Ciro e Cid Gomes podem reeditar a parceria no estado. Ou podem seguir caminhos diferentes depois de duas décadas de aliança - Imagem: Jefferson Rudy/Ag.Senado, GOVCE, Ricardo Stuckert e Valter Campanato/ABR
Apoie Siga-nos no

Ao contrário da disputa presidencial, na qual o funil só tem espaço para Lula e Jair Bolsonaro, as eleições nos estados, em geral, seguem um jogo aberto. Na maioria das unidades da federação, a ausência de um franco favorito e a ascensão de lideranças pouco testadas nas urnas reforçam o peso dos “cabos eleitorais”, dos padrinhos políticos. No Ceará não é diferente, aponta pesquisa do Vox Populi encomendada por CartaCapital.

O Capitão Wagner, do União Brasil, apoiado por Bolsonaro, lidera em todos os cenários nos quais os candidatos não aparecem associados a seus padrinhos políticos. Nesses casos, o principal concorrente é Roberto Cláudio, do PDT, ex-prefeito de Fortaleza. Em uma das simulações, sem outros concorrentes, Wagner e Cláudio empatam na margem de erro: 39% a 37%. Nas demais, com um terceiro nome, em geral do PT, o capitão mantém um porcentual próximo da casa dos 40%, enquanto o ex-prefeito oscila de 26% a 32%, a depender do outro adversário listado. Atual governadora e na disputa pela indicação do PDT, ­Izolda Cela fica 20 pontos porcentuais atrás do bolsonarista: 48% a 28%.

Lula e Camilo Santana, ex-governador, são os mais fortes cabos eleitorais

O quadro muda radicalmente quando os candidatos são associados a seus cabos eleitorais. O ex-presidente Lula e o ex-governador Camilo Santana, que vai concorrer ao Senado, são os padrinhos mais poderosos, segundo a pesquisa. Sem eles, o nome do PT mais bem colocado entre aqueles apresentados aos entrevistados é o da deputada federal Luizianne Lins. Com os dois, os três petistas listados (Lins, José Airton e José Guimarães) alcançam a liderança na intenção de votos. Bolsonaro, ao contrário, é uma âncora: diante da informação do apoio do presidente da República, parte do eleitorado abandona o Capitão Wagner: seu porcentual cai de perto dos 40% para menos de 30% na maioria das simulações. Cláudio, preferido por Ciro e Cid Gomes, também desidrata ao ser ligado aos irmãos.

Apesar da ruptura no plano nacional, os Ferreira Gomes e o PT cultivam uma bem-sucedida aliança no Ceará há duas décadas. O acordo anda, porém, ameaçado pela disputa presidencial e por divergências na escolha do candidato do grupo na eleição estadual. Ciro e Cid preferem Cláudio, os petistas gostariam de emplacar Izolda Cela, vice-governadora que assumiu o Ceará após o desligamento de Santana para concorrer à vaga no Senado. Menos conhecida do que os demais concorrentes, Cela, indica o levantamento, teria grandes chances de ganhar no primeiro turno, caso viesse a ser apoiada simultaneamente pelos irmãos Gomes, por Lula e por Santana. Ou seja, caso a aliança não se rompa. Segundo este cenário, a pedetista alcança 54% das intenções de voto, contra 30% de Wagner. Brancos e nulos seriam 11%, enquanto 4% não souberam ou não quiseram responder.

Na corrida presidencial, Lula lidera com folga no Ceará. O ex-presidente tem 56% no voto estimulado, quando os eleitores são submetidos a uma lista de candidatos. Bolsonaro chega a 21% e Ciro Gomes, a 13%. André Janones (Avante) aparece com 2%, Simone Tebet (MDB) marca 1% e Felipe D’Ávila (Novo) não pontua. Brancos e nulos somam 5%.

Em relação ao Senado, Santana alcança 68% das preferências. O Pastor Paixão (PTB) é lembrado por 4% dos entrevistados, seguido por José Alberto Bardawill, do PL (3%) e Marcelo Mendes, do Avante (1%). Brancos e nulos são 16%.

O Vox Populi também mediu a popularidade do governo Bolsonaro. No estado, 65% dos eleitores reprovam o desempenho do presidente, contra 33% de aprovação. Outros 2% não souberam ou não quiseram responder.

O levantamento ouviu 1.304 eleitores cearenses, em 76 municípios, entre os dias 10 e 13 de julho. A margem de erro é de 2,7%, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. •

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

Pesquisas registradas na Justiça Eleitoral e protocoladas sob os números BR-02426/2022 e CE-07608/2002 no dia 10 de julho de 2002

PUBLICADO NA EDIÇÃO Nº 1217 DE CARTACAPITAL, EM 20 DE JULHO DE 2022.

Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título “De mãos dadas “

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Muita gente esqueceu o que escreveu, disse ou defendeu. Nós não. O compromisso de CartaCapital com os princípios do bom jornalismo permanece o mesmo.

O combate à desigualdade nos importa. A denúncia das injustiças importa. Importa uma democracia digna do nome. Importa o apego à verdade factual e a honestidade.

Estamos aqui, há 30 anos, porque nos importamos. Como nossos fiéis leitores, CartaCapital segue atenta.

Se o bom jornalismo também importa para você, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal de CartaCapital ou contribua com o quanto puder.

Quero apoiar

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo