Política
Datafolha: para 58%, Flávio Bolsonaro é culpado no caso da rachadinha
Percentuais são maiores entre os que têm ensino superior, renda familiar superior a 10 salários mínimos ou que reprovam o governo


Levantamento Datafolha divulgado neste sábado 2 aponta que 58% dos brasileiros consideram o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, culpado no caso da rachadinha de salários em seus tempos de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Para 11%, Flávio é inocente. 31% dos entrevistados não souberam responder. As avaliações negativas sobre o senador no episódio são ainda maiores entre os brasileiros com ensino superior (67% o consideram culpado), com renda familiar superior a dez salários mínimos (76%) ou que reprovam o governo Bolsonaro (85%).
Já entre os que aprovam o governo federal, 37% classificam Flávio como culpado, ante 23% que o veem como inocente e 40% que não se manifestaram.
O Datafolha ouviu, por telefone, 2.016 pessoas de todas as regiões do País nos dias 8, 9 e 10 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou menos.
Em outubro, após mais de dois anos de investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ), Flávio Bolsonaro foi denunciado por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso da rachadinha, protagonizado pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.
Queiroz cumpre, atualmente, prisão domiciliar. Ele passou menos de um mês detido em Bangu, na zona oeste do Rio, mas conseguiu ir para casa por meio de habeas corpus. O ex-assessor foi encontrado em junho de 2020 em uma casa de Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio e de Jair Bolsonaro, em Atibaia (SP).
Uma das peças-chave na acusação de desvio de salários no gabinete de Flávio, sua ex-assessora Luiza Souza Paes afirmou ter repassado mais de 90% de seus ganhos no Legislativo a Queiroz, apontado como operador da rachadinha.
Na denúncia oferecida ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), o MP ainda pede o pagamento de indenização no valor mínimo de 6,1 milhões de reais para reparar os cofres públicos do Rio de Janeiro pelos danos causados por crimes de peculato no caso.
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