Política

Dantas chama operação de ‘encenação’ após ser afastado do governo de Alagoas: ‘O recurso será firme’

Segundo o emedebista, o ‘golpe’ visa favorecer o candidato de Arthur Lira ao governo alagoano, Rodrigo Cunha

O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), afastado do cargo. Foto: Prefeitura de Santana do Ipanema/Divulgação
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Após ser afastado do cargo de governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB) reagiu à decisão do Superior Tribunal de Justiça e chamou de “encenação” uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal deflagrada nesta terça-feira 11.

A autorização para o afastamento e a ação policial partiu da ministra do STJ Laurita Vaz, que apontou a existência de um esquema de desvio de recursos envolvendo “saques em espécie” por meio de “servidores fantasmas”. Os supostos crimes teriam ocorrido na Assembleia Legislativa de Alagoas sob a presidência de Dantas, entre 2019 e 2021. O total de recursos desviados chegaria a 54 milhões de reais.

Dantas assumiu o governo de Alagoas em maio deste ano, quando o então governador, Renan Filho (MDB), deixou o posto para disputar uma vaga no Senado. Apoiado por Renan Calheiros e pelo ex-presidente Lula (PT), Dantas busca a reeleição no segundo turno contra Rodrigo Cunha (União Brasil), aliado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

“Revela-se grotesca a ‘ação’ – na verdade, ‘encenação’ – de uma ala da Polícia Federal, que permitiu ser aparelhada para atender interesses político-eleitorais, tentando dar um golpe na minha candidatura à reeleição de governador de Alagoas para favorecer o candidato de Arthur Lira, Rodrigo Cunha”, disse o governador afastado, por meio de nota à imprensa.

A PF cumpriu 31 mandados de busca e apreensão nesta terça. Entre os endereços estão a Assembleia Legislativa, a sede do governo e os imóveis de Dantas e de parentes dele. Segundo a corporação, foram apreendidos 100 mil reais em espécie na casa de Dantas, 14 mil reais com ele em um hotel em São Paulo e 150 mil reais na casa de um cunhado do govenador afastado.

Na nota, Dantas afirma que “a tentativa de criar alarde perto da confirmação da vitória é fácil de ser desconstruída: foi anunciada por adversários, evidenciando a manipulação da operação policial”. Segundo ele, Lira “já havia ameaçado, na véspera do 1º turno, revelar no 2º turno detalhes da operação, que seria sigilosa”.

“Aos que acham que os alagoanos são manipuláveis por uma fake news travestida de oficialidade, a nossa campanha avisa: nosso povo não se rende a enganações e sabe muito bem a origem das mentiras. O recurso judicial será firme, e vamos seguir rumo à vitória.”

Paulo Dantas lidera a disputa contra Rodrigo Cunha, segundo a nova rodada da pesquisa Real Time Big Data, divulgada nesta terça. Nela, o emedebista aparece com 47% das intenções de voto, ante 33% de Cunha. Nulos e brancos somam 7% e eleitores indecisos ou que preferiram não responder representam 13%.

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