Política

Damares defende aumento de licença-maternidade para um ano

Em entrevista publicada neste domingo 29, ministra também indicou contrariedade a censura de quadrinho com beijo gay

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu a ampliação da licença-maternidade para um ano e da licença-paternidade para três meses. A declaração foi dada em entrevista publicada neste domingo 29, pelo site UOL em parceria com o jornal Folha de S. Paulo.

Atualmente, as mães têm direito a 120 dias de licença, e os pais, cinco dias. A ministra afirmou que o Brasil está “anos-luz” atrás de demais países no tema.

“A realidade da Hungria é totalmente diferente da realidade do Brasil. Que bom que eu fui lá, porque eu descobri que nós estamos anos-luz longe daquilo que nós gostaríamos que fosse feito para a família no Brasil. Por exemplo, licença-maternidade na Hungria: três anos. Olha que incrível. No primeiro ano, a mulher ganha 100% do salário, no segundo ano, 80%, e no terceiro, 50%. Se quiser voltar para o trabalho no segundo ou no terceiro ano, pode voltar”, disse a ministra.

Em seguida, Damares defendeu a ampliação do período de licença no Brasil.

“Eu defendo mais tempo da mãe com a criança em casa. Do pai também. Agora, essa é a realidade do Brasil agora? Ainda não é. Podemos lutar por isso? Podemos. Vamos ter resistência? Muita. Mas a gente pode trabalhar”, declarou. “Um ano eu considero adequado [para as mães]. Para os pais, eu gostaria muito que fosse aumentado também. Se a gente pudesse ter para os pais uns dois ou três meses, seria ótimo.”

Porém, ela considerou que a proposta pode gerar reações do empresariado.

“Olha o problema que a gente vai ter para chegarmos a esse objetivo. A indústria vai reagir, o comércio vai reagir, mas a Hungria conseguiu”, disse.

Damares sugere contrariedade a censura de quadrinho LGBT

Na ocasião, a ministra indicou contrariedade à censura no caso do recolhimento de exemplares da história em quadrinhos na Bienal do Rio de Janeiro, justificado por uma cena de beijo gay. Contudo, evitou criticar o prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella. A ministra afirmou que estava na Hungria durante o ocorrido, por isso, não pôde acompanhar os desdobramentos naquele período.

“O que eu não entendi ainda sobre esse episódio e, juro para você, não tive tempo de debruçar sobre esse episódio, lendo manchete aqui, outra ali, esse material estava destinado a crianças? Parece que não estava destinado a criança, estava destinado a adulto, e houve uma confusão de que estava destinado a criança. Não conheço o conteúdo, não sei se era só um beijo”, afirmou.

Em seguida, o entrevistador a informou que havia apenas a cena de um beijo entre dois homens. A ministra resistiu em se posicionar, porém, perguntada se é favorável à censura no caso, disse que não.

“Não. Não defendo. Porque, se o material era para adulto, não era para criança, e se o pai quiser comprar e dar para a criança, a criança pertence à família. Se a família acha que deve dar, a família dá”, respondeu. Entretanto, não criticou Crivella: “Não sei se ele cometeu um erro porque eu não conheço o conteúdo desse material. É só um beijo? Eu acho que a gente poderia conversar com o prefeito sobre isso. Mas não vou dizer que ele cometeu um erro, não vou dizer.”

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