A guerra interna do PSL ganhou mais um capítulo nesta terça-feira 22. O partido está dividido entre os apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, e do presidente do partido, Luciano Bivar.
Em reunião da Diretoria Executiva Nacional do PSL em Brasília (DF) na manhã desta terça-feira, apenas 23 pesselistas participaram. Nenhum dos membros é ligado ao clã bolsonarista.
Os participantes decidiram pela abertura de processo disciplinar contra 19 parlamentares da ala do presidente Bolsonaro. A informação, dada ao UOL pelo senador Major Olímpio (PSL-SP), é de que os processos ocorram a partir da próxima semana pela Comissão de Ética do partido. O senador paulista diz ainda que a probabilidade de que os parlamentares sejam punidos é alta, mas que a punição deve ser diferente para cada um. Não foram informados os nomes dos parlamentares investigados.
Em contraponto, o grupo bolsonarista conseguiu uma liminar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal que trava qualquer tipo de punição ou suspensão dos membros. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o juiz Alex Costa de Oliveira alegou que os processos entregues pela ala de Luciano Bivar, além de estarem incompletos, afrontam o direito de defesa e o devido processo legal.
Além do pedido de suspensão, o grupo bivarista também optou pela destituição de Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, da presidência do diretório mineiro do PSL. A medida, divulgada pelo deputado Delegado Waldir (PSL-GO), é uma forma de resposta ao presidente Bolsonaro, que mesmo com as acusações de que o ministro teria arquitetado um esquema de candidaturas laranja em seu estado, não o afastou do cargo.
Até o momento, não foi decidido se Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro serão destituídos dos cargos de presidentes dos diretórios estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente. A suspensão dos filhos do presidente dos cargos é desejada pela ala bivarista.
Outra decisão da Diretoria Executiva após a reunião foi adotar um compliance – conjunto de medidas de aperfeiçoamento das normas internas – tanto na Executiva Nacional do partido quanto nos diretórios municipais e estaduais. A medida é polêmica, já que pode estar sendo realizada como forma de solucionar as críticas quanto à falta de transparência nas contas do PSL.
Desde o início do mês, os advogados do presidente Bolsonaro tentam articular com o PSL um acordo para que deputados da ala bolsonarista deixem o partido sem perder o mandato e sem levar com eles a cota do fundo partidário. A alegação é de que o partido não possui suas contas transparentes o suficiente para que essa ação seja barrada.
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