Política

CPMI do INSS adia votação da quebra de sigilos de Carlos Lupi

Por acordo entre líderes, comissão retirou de pauta requerimentos que pediam acesso a dados bancários e telemáticos do ex-ministro da Previdência

CPMI do INSS adia votação da quebra de sigilos de Carlos Lupi
CPMI do INSS adia votação da quebra de sigilos de Carlos Lupi
O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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A CPMI do INSS decidiu, nesta quinta-feira 16, retirar de pauta os requerimentos que pediam a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT). A decisão foi anunciada pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após reunião a portas fechadas entre líderes da base e da oposição.

Os requerimentos solicitavam ainda o envio de relatórios do Coaf sobre movimentações de Lupi de janeiro de 2023 a agosto de 2025, período em que o pedetista comandou o Ministério da Previdência. A retirada ocorreu por acordo, para evitar um novo impasse no colegiado.

Carlos Lupi deixou o cargo em maio deste ano, após a deflagração da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura fraudes bilionárias em descontos indevidos sobre benefícios de aposentados. O ex-ministro já havia prestado depoimento à CPMI em setembro, ocasião em que negou ter sido omisso ou conivente com as irregularidades investigadas.

O acordo que retirou o tema da pauta foi costurado na manhã desta quinta-feira e contou com aval do presidente do colegiado. Segundo integrantes da CPMI, os requerimentos poderão ser reapresentados futuramente, caso surjam novos elementos nas apurações conduzidas pela Polícia Federal e pela CGU.

Na mesma sessão, a comissão manteve na pauta outros requerimentos, como o pedido de prisão preventiva de Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, presidente do Sindnapi, e a convocação de José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT) e vice-presidente da entidade sindical.

O Sindnapi teve 390 milhões de reais bloqueados por decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal. A investigação conduzida pela PF e pela CGU aponta repasses suspeitos a empresas sem funcionários e movimentações financeiras incompatíveis com as atividades sindicais.

A CPMI ainda deve ouvir nesta quinta-feira Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), outra entidade citada nas investigações sobre os descontos ilegais.

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