O senador Angelo Coronel (PSD-BA) afirmou que a CPMI das Fake News, da qual é presidente, poderá atuar como uma “casa para receber denúncias” durante o período eleitoral de 2022, caso alguma operação esteja em curso para atrapalhar o processo. A declaração veio nesta terça-feira 19, no programa Direto da Redação, apresentado pelo canal de CartaCapital no YouTube.
A Comissão deve retomar os trabalhos após o término das investigações da CPI da Covid. O parlamentar defende a proposta de retornar às atividades apenas no início de fevereiro, para que as apurações não sejam interrompidas com o recesso de fim de ano. A data ainda está sendo negociada com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“Vou ponderar que talvez fosse melhor reiniciarmos na abertura do próximo ano”, disse Coronel. “Além do mais, é um ano eleitoral, e a CPI pode servir até de uma casa para receber denúncias, caso esteja alguma coisa atrapalhando o pleito em algum município do Brasil.”
Nas investigações sobre as eleições de 2018, Coronel declarou que não foi possível confirmar que as fake news influenciaram o resultado do pleito. Segundo o senador, a CPMI observou que o candidato Henrique Meirelles (MDB) foi o que mais gastou dinheiro com o disparo de mensagens à época e acabou fora do 2º turno.
“Ele gastou, me parece, 3 milhões de reais. Então, nós não conseguimos chegar a aferir se ele realmente influenciou o resultado das eleições, porque todos os candidatos utilizaram esse expediente”, disse o presidente da CPMI. “Então, com a reabertura, nós não vamos ficar focados em 2018, porque nós já estaremos em 2022, com a nova eleição presidencial.”
Coronel disse que é preciso buscar mecanismos de rastreabilidade para evitar que ocorram novos crimes de disseminação de informações falsas, sem que seja cerceado o direito à liberdade de expressão. Além disso, a Comissão analisará os materiais ‘aproveitáveis’ da CPI da Covid – por exemplo, informações falsas sobre a vacinação.
Confira, a seguir, a entrevista na íntegra:
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