Política

Militar diz que nunca jantou com Dominguetti, é desmentido por foto e tenta se justificar: ‘Era almoço’

Helcio Bruno, presidente do Instituto Força Brasil, depõe aos senadores nesta terça; ele não responderá a todos os questionamentos

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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O presidente do Instituto Força Brasil, tenente-coronel Helcio Bruno de Almeida, negou em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira 10 que tenha participado de alguma oferta ou pedido de vantagem indevida na negociação de vacinas com o Ministério da Saúde. Após decisão do Supremo Tribunal Federal, ele disse que não responderá a todas as perguntas.

Almeida afirmou nunca ter participado de qualquer jantar com o policial militar Luiz Paulo Dominguetti, apresentado como representante da Davati Medical Supply na negociação de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca com o governo de Jair Bolsonaro. É no âmbito dessas tratativas que, segundo o PM, o então diretor do Departamento de Logística da Saúde, Roberto Dias, teria pedido propina de um dólar por dose.

“Jamais participei de qualquer reunião ou encontro no qual teria sido oferecida ou solicitada vantagem indevida por quem quer que seja e também informo que jamais estive presente em qualquer jantar com o senhor Luiz Paulo Dominghetti – muito menos no que teria ocorrido em 25 de fevereiro”, declarou.

Após negar o encontro, porém, Helcio Bruno de Almeida foi confrontado com a foto de uma confraternização da qual participaram, entre outros, ele e Dominguetti. A reunião foi organizada pelo reverendo Amilton Gomes de Paula, fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, a Senah, que entrou na mira da CPI por também negociar vacinas com o governo.

Helcio Bruno esteve em uma reunião, no dia 12 de março, no Ministério da Saúde com representantes da Davati. A confraternização registrada em foto teria acontecido naquele dia.

“Foi na residência da Senah, imediatamente após a reunião do dia 12, um almoço. Fomos convidados pelo representante da Senah”, disse o tenente à comissão nesta terça. Ante a resposta, o relator da CPI, senador Renan Calheiros, retrucou: “Disse aqui, insistiu que nunca tinha participado de jantar [com Dominguetti]”.

O depoente, então, respondeu: “Não, não era jantar, era almoço”. A declaração gerou comentários irônicos de senadores da CPI, em meio aos quais o tenente tentou se justificar.

“Quando terminou a reunião do 12 na secretaria-executiva, estávamos em lockdown, os restaurantes estavam fechados. O reverendo Amilton nos convidou a almoçar nessa residência”, acrescentou.

Em sua declaração inicial, o tenente-coronel afirmou que aceitou compartilhar uma agenda marcada previamente no ministério com a Davati acreditando na “boa-fé” da empresa e com a intenção de acelerar a venda de vacinas para o mercado privado, possibilidade não prevista pela legislação na ocasião. Ele disse ter sido apresentado à empresa pelo reverendo Amilton Gomes de Paula.

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