Política
CPI da Covid: senador oficializa o pedido de reconvocação de Pazuello
Para Alessandro Vieira, depoimento do general ‘foi permeado por diversas contradições verificadas no cotejo com documentos e informações’
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou nesta sexta-feira 21 um requerimento pela reconvocação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid. A cúpula da comissão avalia que a oitiva do general, que se dividiu entre a quarta-feira 19 e a quinta-feira 20, foi marcada por contradições e declarações falsas.
Por isso, o chamado G7 – composto pelos senadores da comissão não alinhados ao presidente Jair Bolsonaro – já costurou um acordo favorável à aprovação do requerimento apresentado por Vieira. A solicitação deve ser colocada em votação na semana que vem, possivelmente na quarta-feira 26.
“O depoimento prestado pelo ex-ministro da Saúde Sr. Eduardo Pazuello, nos dias 19 e 20 de maio, foi permeado por diversas contradições verificadas no cotejo com documentos e informações disponibilizados a esta CPI e mesmo publicamente divulgados”, argumenta Alessandro Vieira.
Portanto, prossegue o senador, “para que seja possível esclarecer as dubiedades em questão, faz-se necessária uma nova convocação do Sr. Pazuello para que compareça a esta Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Na quinta-feira, o relator da CPI, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), demonstrou irritação com o que considerou “mentiras” de Pazuello. O parlamentar voltou a pedir a contratação de “um serviço para fazer uma procura online, uma varredura das mentiras ou verdades pronunciadas”. A solicitação foi feita diretamente ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).
“Já tivemos uma primeira amostragem das contradições. O depoente em 14 oportunidades mentiu flagrantemente”, declarou. “Ousou negar suas próprias declarações. Só se é uma nova cepa que estamos vendo aqui: a negação do negacionismo. Deve ser uma nova cepa”.
“Porque negar tudo aquilo que está posto, que a sociedade conhece e acompanha, não dá. É tripudiar da investigação e da CPI, imaginar que palavras são jogadas ao vento. É preciso respeitar a Comissão Parlamentar de Inquérito”, acrescentou.
O vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também criticou a postura do ex-ministro da Saúde na comissão.
“Ele [Pazuello] se utilizou do habeas corpus para proteção do presidente da República. Nós o advertimos que, em última instância, alguns que agora estão ao lado dele não ficarão. Ao contrário do que alguns colegas do governo disseram, não é o relator que proferirá uma sentença. Não são os membros da CPI. É um juiz. E, quando tem provas materiais cabais de crimes cometidos, evidentemente a sentença será por condenação”, disse Randolfe em entrevista coletiva na quinta-feira.
“E na hora dessa sentença o senhor Eduardo Pazuello estará sozinho. Alguns que hoje procuraram socorrê-lo não o socorrerão no momento final”.
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