Política

CPI no DF mira militares e financiadores e descarta convocar membros do governo Lula

O presidente da Comissão afirma que Ibaneis Rocha foi omisso nos atos antidemocrátidos, mas não necessariamente culpado

CPI no DF mira militares e financiadores e descarta convocar membros do governo Lula
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Imagem: Sérgio Lima/AFP
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O presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, Chico Vigilante (PT-DF), descartou convocar membros do governo Lula (PT) para depor na Comissão que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de Janeiro.

A declaração foi feita após CartaCapital indagar o deputado sobre a possibilidade da Câmara dos Deputados e do Senado instalarem uma CPMI para investigar a gestão federal do PT.

“O governo federal estava incompleto ainda. Os integrantes do GSI eram os nomeados pelo general Heleno. Portanto, a falha no GSI houve, mas não é de responsabilidade do presidente Lula. O que estão querendo fazer é tentando desviar a atenção da opinião pública”, afirmou o parlamentar. De acordo com Vigilante, caso algum membro da CPI peça a convocação de algum integrante da gestão federal, como o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), o documento será “indeferido”.

O deputado disse ainda que as investigações miram militares e os financiadores dos atos.

“Pelos depoimentos colhidos até agora, a gente chega à conclusão de que integrantes do Exército, do Comando Militar do Planalto e também do GSI, estão envolvidos”, declarou à reportagem. “Estamos chegando aos mandantes e financiadores, que são empresários da área do comércio aqui do Distrito Federal e também do agronegócio”.

Vigilante afirma que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi omisso, mas não necessariamente culpado. “Na hora que a ministra Rosa Weber [presidente do Supremo Tribunal Federal] entrou em contato, ele deveria ter ido ao encontro e tomado as providências”, avaliou. “Ele pecou ao acreditar nos relatos que foram feitos a ele dizendo que estava tudo tranquilo quando não estava”.

O deputado quer saber o motivo de, no dia dos atentados, a Secretaria de Segurança Pública colocou nas ruas 200 policiais em fase de formação “sem nenhuma experiência” e não “o Batalhão de Policiamento com Cães, a Tropa de Choque e a Cavalaria”.

O deputado distrital Chico Vigilante. Foto: CLDF/Reprodução

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