Política
CPI no DF mira militares e financiadores e descarta convocar membros do governo Lula
O presidente da Comissão afirma que Ibaneis Rocha foi omisso nos atos antidemocrátidos, mas não necessariamente culpado
O presidente da CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, Chico Vigilante (PT-DF), descartou convocar membros do governo Lula (PT) para depor na Comissão que investiga os ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de Janeiro.
A declaração foi feita após CartaCapital indagar o deputado sobre a possibilidade da Câmara dos Deputados e do Senado instalarem uma CPMI para investigar a gestão federal do PT.
“O governo federal estava incompleto ainda. Os integrantes do GSI eram os nomeados pelo general Heleno. Portanto, a falha no GSI houve, mas não é de responsabilidade do presidente Lula. O que estão querendo fazer é tentando desviar a atenção da opinião pública”, afirmou o parlamentar. De acordo com Vigilante, caso algum membro da CPI peça a convocação de algum integrante da gestão federal, como o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), o documento será “indeferido”.
O deputado disse ainda que as investigações miram militares e os financiadores dos atos.
“Pelos depoimentos colhidos até agora, a gente chega à conclusão de que integrantes do Exército, do Comando Militar do Planalto e também do GSI, estão envolvidos”, declarou à reportagem. “Estamos chegando aos mandantes e financiadores, que são empresários da área do comércio aqui do Distrito Federal e também do agronegócio”.
Vigilante afirma que o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi omisso, mas não necessariamente culpado. “Na hora que a ministra Rosa Weber [presidente do Supremo Tribunal Federal] entrou em contato, ele deveria ter ido ao encontro e tomado as providências”, avaliou. “Ele pecou ao acreditar nos relatos que foram feitos a ele dizendo que estava tudo tranquilo quando não estava”.
O deputado quer saber o motivo de, no dia dos atentados, a Secretaria de Segurança Pública colocou nas ruas 200 policiais em fase de formação “sem nenhuma experiência” e não “o Batalhão de Policiamento com Cães, a Tropa de Choque e a Cavalaria”.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.




