Política
CPI da Covid aprova convocações de Nise Yamaguchi e capitã cloroquina
Também foram aprovados requerimentos que solicitam ao Ministério das Relações Exteriores e à Abin informações sobre declarações de Bolsonaro


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 começou o dia de trabalhos com a votação de uma série de requerimentos. Entre eles, foi aprovada a convocação da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, que ficou conhecida como “capitã cloroquina”.
A comissão também aprovou nesta quinta-feira o convite para que a Dra. Nise Yamaguchi compareça ao colegiado. Antes da aprovação o requerimento foi tema de debate entre os senadores governistas, que defenderam que a doutora não poderia ser convocada a comissão na posição de testemunha, e sim, convidada como especialista. O presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM) concordou com o ponto.
Também foram aprovados requerimentos que solicitam ao Ministério das Relações Exteriores e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informações acerca das declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre uma “guerra química”. Os senadores também querem do Itamaraty todas os dados, telegramas e documentos sobre a obtenção de cloroquina para o Brasil durante a pandemia da Covid-19, além de vacinas.
Na mesma linha, foi aceito o requerimento que pede cópia de telegramas ou outras comunicações formais do Itamaraty para embaixadas brasileiras no exterior, organismos internacionais ou para empresas solicitando agilização ou intervenção no processo de aquisição, importação ou fornecimento de medicamentos “supostamente indicados” para Covid.
O vice-presidente da CPI ainda quer da Secretaria Especial de Comunicação Social do governo dados sobre canais no Youtube que teriam propagado fake news sobre a pandemia, e que eventualmente possam ter recebido verbas públicas.
Outro requerimento aprovado solicita informações do presidente da farmacêutica EMS, Carlos Sanches, sobre a produção de alguns medicamentos que compõem o denominado “kit Covid”. E o requerimento do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), solicita o comparecimento de diversos médicos para falar a favor da eficácia do tratamento precoce contra a Covid-19.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também

Após mentir na CPI, Fábio Wajngarten deve prestar novo depoimento
Por Alisson Matos
Pfizer contatou o governo com ofertas por vacinas cinco vezes em 2020
Por Giovanna Galvani