Política

CPI analisa convocação de Policarpo

Requerimento do deputado Dr. Rosinha é apresentado após revelações da proximidade do jornalista com a quadrilha

Capa da edição de número 710 de CartaCapital
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*Matéria atualizada às 12h32

 

Os integrantes da CPI do Cachoeira analisam nesta terça-feira 14 o requerimento do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) pedindo a convocação do diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. O pedido foi respaldado na véspera pelo líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP).

Policarpo, conforme demonstrou reportagem da edição desta semana de CartaCapital, aparece em gravações feitas pela Policia Federal ao longo das operações Vegas e Monte Carlo, que investigaram a organização criminosa. Em uma delas, o jornalista “encomenda” um grampo para a quadrilha contra o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), da base governista. Os documentos da PF mostra como o bicheiro municiava o jornalista com informações adquiridas a partir de interceptações ilegais.

Segundo o líder do PT, a convocação do jornalista para esclarecer dúvidas que pairam sobre ele na CPI é “imprescindível”. A questão central, afirmou, é saber se as relações entre Policarpo Júnior com a quadrilha se dão “como jornalista ou membro do crime organizado”.

Para Dr. Rosinha, o depoimento vai “delinear” a relação entre o jornalista e a organização. De acordo com o petista, não se pode conceber que uma revista circulação nacional não explique a relação que mantinha com um criminoso.

“Está claro que Cachoeira não era apenas uma fonte da revista. O Policarpo Junior precisa explicar se fazia parte desse esquema ou se era usado por ele”, cobrou Dr. Rosinha.

A comissão deve apreciar também a convocação do presidente do grupo Abril – responsável pela publicação da revista Veja, Roberto Civita; dos governadores tucanos, Marconi Perillo (GO) e Siqueira Campos (TO), do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, entre outros.

Na reunião, iniciada por volta das 10h, a CPI aprovou a reconvocação de Cachoeira. A data do depoimento, no entanto, ainda não foi marcada. Em maio, Cachoeira compareceu à CPI, mas evocou o direito constitucional de permanecer em silêncio. Ele disse que só falaria na comissão após prestar depoimento à Justiça. A comissão aprovou também a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (proteção da identificação de usuários de meios eletrônicos) de Andressa Alves Mendonça, mulher do contraventor. Andressa esteve na semana passada na CPI, mas usou o direito de permanecer em silêncio para não se incriminar. Ela é suspeita de chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, titular dos processos que investigam as denúncias na 11ª Vara Federal de Goiânia.

Os integrantes da comissão decidiram também que na próxima terça-feira 21 serão ouvidos os procuradores do Ministério Público Federal em Goiás Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, que atuaram nos inquéritos das operações da PF.

Na quarta-feira 22, a comissão deve ouvir Jayme Eduardo Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás em 2010, atualmente presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop).

O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que a Polícia do Senado não conseguiu localizar o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás Aredes Correia Pires, para intimá-lo. A expectativa é que ele possa ser ouvido também na próxima semana. Segundo a Polícia Federal, ele teria recebido um dos aparelhos de rádio Nextel distribuídos pelo contraventor goiano na tentativa de evitar grampos.

No mesmo dia, a comissão rejeitou, por 16 votos a 4, a proposta de criação de sub-relatorias na CPI. Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR) estão entre os integrantes da comissão que defenderam a medida. Para Rubens Bueno, as sub-relatorias seriam necessárias devido ao grande volume de dados manipuladas pelos parlamentares e também para obter “informações mais aprofundadas”. Ele afirmou, por exemplo, que deveria ser criada uma sub-relatoria de contratos. Nessa mesma linha de raciocínio, Carlos Sampaio disse que a divisão dos trabalhos, com as sub-relatorias “alimentando” as atividades do relator Odair Cunha (PT-MG), seria mais adequada.

Mas os parlamentares da base aliada ao governo, como os senadores José Pimentel (PT-CE) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), foram contra a proposta. Mesmo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), da oposição, votou contra, concordando com o argumento de que a criação de sub-relatorias seria “extemporânea”.

 

 

Com informações da Agência Senado

*Matéria atualizada às 12h32

 

Os integrantes da CPI do Cachoeira analisam nesta terça-feira 14 o requerimento do deputado Dr. Rosinha (PT-PR) pedindo a convocação do diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. O pedido foi respaldado na véspera pelo líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP).

Policarpo, conforme demonstrou reportagem da edição desta semana de CartaCapital, aparece em gravações feitas pela Policia Federal ao longo das operações Vegas e Monte Carlo, que investigaram a organização criminosa. Em uma delas, o jornalista “encomenda” um grampo para a quadrilha contra o deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), da base governista. Os documentos da PF mostra como o bicheiro municiava o jornalista com informações adquiridas a partir de interceptações ilegais.

Segundo o líder do PT, a convocação do jornalista para esclarecer dúvidas que pairam sobre ele na CPI é “imprescindível”. A questão central, afirmou, é saber se as relações entre Policarpo Júnior com a quadrilha se dão “como jornalista ou membro do crime organizado”.

Para Dr. Rosinha, o depoimento vai “delinear” a relação entre o jornalista e a organização. De acordo com o petista, não se pode conceber que uma revista circulação nacional não explique a relação que mantinha com um criminoso.

“Está claro que Cachoeira não era apenas uma fonte da revista. O Policarpo Junior precisa explicar se fazia parte desse esquema ou se era usado por ele”, cobrou Dr. Rosinha.

A comissão deve apreciar também a convocação do presidente do grupo Abril – responsável pela publicação da revista Veja, Roberto Civita; dos governadores tucanos, Marconi Perillo (GO) e Siqueira Campos (TO), do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, entre outros.

Na reunião, iniciada por volta das 10h, a CPI aprovou a reconvocação de Cachoeira. A data do depoimento, no entanto, ainda não foi marcada. Em maio, Cachoeira compareceu à CPI, mas evocou o direito constitucional de permanecer em silêncio. Ele disse que só falaria na comissão após prestar depoimento à Justiça. A comissão aprovou também a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático (proteção da identificação de usuários de meios eletrônicos) de Andressa Alves Mendonça, mulher do contraventor. Andressa esteve na semana passada na CPI, mas usou o direito de permanecer em silêncio para não se incriminar. Ela é suspeita de chantagear o juiz Alderico Rocha Santos, titular dos processos que investigam as denúncias na 11ª Vara Federal de Goiânia.

Os integrantes da comissão decidiram também que na próxima terça-feira 21 serão ouvidos os procuradores do Ministério Público Federal em Goiás Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, que atuaram nos inquéritos das operações da PF.

Na quarta-feira 22, a comissão deve ouvir Jayme Eduardo Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás em 2010, atualmente presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop).

O presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que a Polícia do Senado não conseguiu localizar o ex-corregedor da Polícia Civil de Goiás Aredes Correia Pires, para intimá-lo. A expectativa é que ele possa ser ouvido também na próxima semana. Segundo a Polícia Federal, ele teria recebido um dos aparelhos de rádio Nextel distribuídos pelo contraventor goiano na tentativa de evitar grampos.

No mesmo dia, a comissão rejeitou, por 16 votos a 4, a proposta de criação de sub-relatorias na CPI. Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP) e Rubens Bueno (PPS-PR) estão entre os integrantes da comissão que defenderam a medida. Para Rubens Bueno, as sub-relatorias seriam necessárias devido ao grande volume de dados manipuladas pelos parlamentares e também para obter “informações mais aprofundadas”. Ele afirmou, por exemplo, que deveria ser criada uma sub-relatoria de contratos. Nessa mesma linha de raciocínio, Carlos Sampaio disse que a divisão dos trabalhos, com as sub-relatorias “alimentando” as atividades do relator Odair Cunha (PT-MG), seria mais adequada.

Mas os parlamentares da base aliada ao governo, como os senadores José Pimentel (PT-CE) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), foram contra a proposta. Mesmo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), da oposição, votou contra, concordando com o argumento de que a criação de sub-relatorias seria “extemporânea”.

 

 

Com informações da Agência Senado

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