Covid-19: Sindicato de jornalistas pede suspensão da cobertura presencial de Bolsonaro

Pedido ocorre após o presidente anunciar que está infectado

Entrevista do presidente Jair Bolsonaro é exibida na televisão. Foto: DANIEL CASTELLANO/AFP

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) solicitou que as empresas jornalísticas com equipe em Brasília suspendam imediatamente a cobertura presencial no Palácio do Planalto e no Palácio da Alvorada, após o presidente Jair Bolsonaro anunciar que está infectado pelo novo coronavírus, nesta terça-feira 7.

Em ofício enviado às companhias que ainda mantém profissionais em cobertura presencial na capital federal, o Sindicato cobra que as companhias testem e afastem os profissionais que estiveram em contato com o chefe do Palácio do Planalto ou com outros membros do governo nos últimos 10 dias. Para a entidade, os trabalhadores podem se contaminar durante a cobertura e devem ser protegidos.

A instituição prestou queixa ainda ao Ministério das Comunicações e à Secretaria de Comunicação (Secom). Em documento enviado ao ministro Fábio Faria e ao secretário Fábio Wajngarten, reivindicou que o governo federal adote as medidas necessárias para não expor jornalistas que realizam a cobertura do Executivo.

 

O SJPDF queixou-se ainda de que o presidente da República colocou os profissionais da imprensa em risco de contaminação ao convocar a entrevista coletiva em que anunciou a confirmação de sua infecção. Na ocasião, havia repórteres das emissoras TV Brasil, CNN Brasil e TV Record. Nas redes sociais, o SJPDF questionou por que o presidente da República não optou por solicitar que um médico fizesse o anúncio em seu lugar. Em documento, pede que o governo passe a fazer coletivas de forma virtual.

“Ao anunciar o resultado do teste, o presidente já expôs jornalistas a riscos ao fazê-lo presencialmente, em uma distância ínfima. As entrevistas coletivas do presidente e de demais membros do Poder Executivo que tiveram contato com ele no último período e podem ter sido infectados também devem ser realizadas de forma virtual, de modo a assegurar a prestação de contas à sociedade mas sem demandar a presença dos profissionais de imprensa nas instalações do Executivo como o Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada e sedes de ministérios cujos dirigentes se enquadram nesse grupo de possíveis infectados”, diz o ofício.


Em caso de profissionais da imprensa que cobrem o Executivo testarem positivo para o coronavírus, o Sindicato afirma que não descarta entrar com ação contra o presidente da República na Justiça.

CartaCapital procurou a Secom, mas ainda não recebeu posicionamento.

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