Política

Corregedor defende suspensão e censura escrita a deputados do motim bolsonarista

Agora, cabe à Mesa Diretora da Câmara decidir se encaminha as representações ao Conselho de Ética. Entre os alvos estão os líderes do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do Novo, Marcel van Hattem (RS)

Corregedor defende suspensão e censura escrita a deputados do motim bolsonarista
Corregedor defende suspensão e censura escrita a deputados do motim bolsonarista
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e demais deputados bolsonaristas articulam um novo texto para a anistia de Jair Bolsonaro. Foto: José Cruz/Agência Brasil
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Responsável por analisar as representações da Câmara dos Deputados, o corregedor Diego Coronel (PSD-BA) defendeu, nesta sexta-feira 19, que bolsonaristas envolvidos no motim de agosto sejam punidos com suspensão e censura escrita. As recomendações constam de um documento enviado pelo parlamentar à Mesa Diretora da Casa, a quem cabe decidir se a encaminha ou não ao Conselho de Ética.

Entre os alvos estão os líderes do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do Novo, Marcel van Hattem (RS). Eles, ao lado de 12 colegas, podem ser sancionados com censura escrita – no caso do deputado gaúcho, essa pena se somaria ao afastamento do cargo por um mês. A suspensão do mandato também se aplicará a Zé Trovão (PL-PR), por 30 dias, e Marcos Pollon (PL-MS), por 120 dias.

“O papel da Corregedoria é institucional. Atuamos com imparcialidade, analisamos cada conduta de forma individual e cumprimos o nosso compromisso de agilidade, entregando nosso relatório passados 22 dias úteis da representação, ou seja, metade do prazo. Agora, cabe à Mesa decidir sobre as recomendações apresentadas”, afirmou o corregedor em nota à imprensa.

obstrução do plenário ocorreu em protesto contra a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo também utilizou a medida para pressionar pela votação da anistia a golpistas, pela análise da PEC que acaba com o foro privilegiado de parlamentares e pela abertura do processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Com a rebelião em plenário, uma enxurrada de pedidos de suspensão de mandatos chegou à direção da Câmara, que, com base no Regimento Interno, poderia ter optado pelo encaminhamento direto ao Conselho de Ética. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), apesar de orientado por aliados a reagir com vigor à baderna, escolheu o ritmo mais lento e enviou as representações à Corregedoria.

Relatos colhidos por CartaCapital dão conta de que a punição branda aos bolsonaristas entrou nas negociações pelo apoio do PT à PEC da Blindagem, que cria obstáculos às investigações criminais contra deputados e senadores. Líderes do Centrão recorreram a expoentes petistas porque a maioria das representações partiu de governistas.

Nas conversas, ofereceram apoio para sancionar os baderneiros com penas mais leves e evitar a cassação de Camila Jara (PT-MS), também na mira da oposição por uma suposta agressão em uma confusão na Câmara, em troca de votos favoráveis à proposta.

Veja quem são os deputados alvos da Corregedoria: 

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)
  • Carlos Jordy (PL-RJ)
  • Nikolas Ferreira (PL-MG)
  • Zucco (PL-RS), líder da minoria
  • Allan Garcês (PP-MA)
  • Caroline de Toni (PL-SC)
  • Marco Feliciano (PL-SP)
  • Domingos Sávio (PL-MG)
  • Marcel Van Hattem (Novo-RS)
  • Zé Trovão (PL-SC)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP)
  • Marcos Pollon (PL-MS)
  • Julia Zanatta (PL-SC)

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