Coronel golpista que xingou o Exército é exonerado e pede desculpas: ‘Emoção tomou conta’

Adriano Camargo Testoni participou dos atos bolsonaristas em Brasília no último domingo

O coronel Adriano Camargo Testoni, durante ato golpista em Brasília. Foto: Reprodução

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O Diário Oficial da União publicou, nesta terça-feira 10, uma portaria que exonera o coronel Adriano Camargo Testoni, que prestava tarefas no Hospital das Forças Armadas, em Brasília, após o militar proferir ofensas ao Exército Brasileiro durante os atos golpistas no domingo 8.

A portaria foi assinada pelo general da Divisão Francisco Humberto Montenegro Júnior.

Testoni, de 56 anos, havia aparecido em um vídeo que circulou nas redes sociais, acompanhado de uma mulher, vestido com uma camisa da seleção brasileira de futebol.

“Forças Armadas filhas da puta. Bando de generais filhos da puta. Vão tudo tomar no cu, vanguardeiros de merda, covardes. Olha aqui o que está acontecendo com a gente. (…) Exército é o caralho. Esse nosso Exército é um merda. (…) Que vergonha de vocês, militares. Vão tudo tomar no cu. (…) O povo se fodendo aqui, caralho. Bando de filhos da puta. Vanguardeiros é o caralho, vanguardeiros do cu”, afirmou o coronel.

Depois de ter sido exonerado, o coronel pediu desculpas em vídeo.

“Depois da merda que eu fiz ontem, eu gostaria de, humildemente, me desculpar com os companheiros vanguardeiros”, declarou. “No afã da emoção, vendo a minha esposa ferida, sem conseguir respirar, e gente ali jogada naquela confusão, e longe do Congresso… a gente não invadiu nada, somos contra a violência, fomos de forma pacífica e fomos atacados. Estávamos errados, mas ver uma pessoa que você ama ferida, a emoção tomou conta.”


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1 comentário

JOAO HENRIQUE DOS SANTOS 10 de janeiro de 2023 21h17
Por que esse coronel teria ficado possesso?... Chegou a salivar excessivamente e por várias vezes, ao esbravejar contra os militares cujos nomes chegou a citar. Outros oficiais graduados também foram para a invasão com suas esposas. Teriam ido apenas passear em família, ou marcar presença simpática ao golpe??? Imagino que provavelmente teriam alguma informação de que o exército seria convocado para debelar a turba. Desse modo, alegando a revolta do povo contra o resultado das eleições, o exército poderia decretar a intervenção militar como reclamada pelos bolsonaristas. No domingo o presidente Lula estava fora da cidade. Assim, os eventuais interventores alegariam que o povo não aceita a legitimidade das eleições. Senão, lembremo-nos de falas de alguns generais bolsonaristas que divulgam a ideia de que a eleição foi fraudada, bem como, da proteção dada aos baderneiros em frente aos quartéis.

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