Política

Contarato é eleito o presidente da CPI do Crime Organizado no Senado

Colegiado ganhou força após o massacre promovido pela polícia do Rio em uma megaoperação que mirava o Comando Vermelho

Contarato é eleito o presidente da CPI do Crime Organizado no Senado
Contarato é eleito o presidente da CPI do Crime Organizado no Senado
O senador Fabiano Contarato será o presidente da CPI do Crime Organizado. Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
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O Senado Federal instalou nesta terça-feira 4 a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) venceu a votação contra Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e será o presidente. Alessandro Vieira (MDB-SE) foi escolhido, por consenso, como relator.

A escolha de Contarato para o posto, na prática, representa uma vitória para o governo federal, que sofreu forte resistência para emplacar um membro do PT na vaga. A divisão ficou evidente no placar de votação: 6 votos para o petista e 5 para o general. Mourão, mesmo derrotado, ficará com a posição de vice-presidente. A escolha, nesse caso, se deu por aclamação e não sofreu resistência.

A CPI

A comissão de inquérito montada nesta terça pretende apurar, durante 120 dias, o avanço de facções e milícias no País.

Proposta por Vieira em junho, a CPI ganhou força na última semana, após o recente massacre promovido pela polícia do Rio de Janeiro ao realizar uma megaoperação no Alemão e na Penha contra o Comando Vermelho. A ação deixou mais de 120 mortos e se tornou a mais letal já realizada no Brasil.

A ideia, segundo o pedido que gerou a instalação da CPI, é investigar fontes de financiamento e lavagem de dinheiro do crime organizado, o domínio territorial das organizações, as conexões regionais e internacionais das facções e a possível infiltração de criminosos no poder público. Ao final, o grupo deve propor uma mudanças na legislação do País.

Veja como ficou a composição da comissão:

Titulares

  • Alessandro Vieira (MDB-SE), relator;
  • Fabiano Contarato (PT-ES), presidente;
  • Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente;
  • Marcio Bittar (PL-AC);
  • Marcos do Val (Podemos-ES);
  • Otto Alencar (PSD-BA);
  • Angelo Coronel (PSD-BA);
  • Jorge Kajuru (PSB-GO);
  • Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
  • Magno Malta (PL-ES); e
  • Rogério Carvalho (PT-SE).

Suplentes

  • Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB);
  • Sergio Moro (União-PR);
  • Randolfe Rodrigues (PT-AP);
  • Eduardo Girão (Novo-CE);
  • Jaques Wagner (PT-BA); e
  • Esperidião Amin (PP-SC).

No final da votação, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) disse que a escolha de dois delegados – Contarato e Vieira – para a presidência e relatoria da comissão é um “bom diagnóstico” de que o Senado está comprometido com o combate ao crime organizado. “ É uma CPI que não é de governo nem de oposição. O Brasil passa por uma guerra e não tem ideologia nessa guerra”, disse.

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