Política

Relator pede cassação de Glauber Braga no Conselho de Ética; relembre o caso

Parlamentar do PSOL do Rio de Janeiro se envolveu em discussão com um ativista do MBL em abril de 2024

Relator pede cassação de Glauber Braga no Conselho de Ética; relembre o caso
Relator pede cassação de Glauber Braga no Conselho de Ética; relembre o caso
O deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ). Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados se reúne nesta quarta-feira 2 para tratar do processo que pode levar à cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ). A reunião começou às 11h da manhã e já contou com o voto do relator do caso, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA)

A representação contra o parlamentar foi apresentada pelo Partido Novo, que o acusa de ter agredido Gabriel Costenaro, membro do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril de 2024.

O processo foi aberto logo em seguida. Desde então, o colegiado tomou uma série de diligências, como ouvir testemunhas favoráveis e contrárias ao parlamentar. Em novembro, por 10 votos a 2, o Conselho aprovou o relatório pela cassação de Glauber.

Na sessão de hoje, Magalhães defendeu a cassação do parlamentar do PSOL. “Diante das provas produzidas nos autos, verifica-se que o representado [Glauber Braga] extrapolou os direitos inerentes ao mandato, abusando, assim, das prerrogativas que possui”, afirmou o parlamentar.

“É imperioso admitir que o representado, com seus atos, efetivamente incidiu na prática da conduta, sendo cabível, no caso sob exame, a sanção da perda do mandato”, concluiu.

O caso

Em abril, uma gravação feita por pessoas que acompanhavam uma manifestação de apoio a motoristas de aplicativo durante audiência que debateu a regulamentação da profissão mostrou Glauber Braga discutindo com Costenaro. O membro do MBL é expulso com empurrões da Câmara.

No vídeo, Glauber pergunta ao ativista como ele chegou à Casa naquela ocasião. Depois de justificar que chegou ao prédio a convite da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), Costenaro ouve de Glauber a pergunta sobre quantas vezes o ativista o havia abordado munido de “gravador” fazendo ofensas à sua mãe. 

Glauber alega que Costenaro o teria chamado de “burro” e afirmado que a sua mãe, Saudade Braga, que faleceu pouco tempo depois, seria “corrupta”. Ela era prefeita de Nova Friburgo (RJ).

Se o senhor não sabe quantas vezes fez isso, me leva a imaginar que não foi uma única vez, ou duas vezes, ou três vezes, o senhor inclusive perdeu a conta da quantidade de vezes que veio ao meu encontro munido de gravador”, disse Glauber Braga.

“Ele me aborda e começa a me indagar ali mesmo”, justifica Costenaro, “até o momento em que eu falo da mãe dele e ele me agride. E as câmeras de segurança mostram isso”, afirmou o ativista, que disse ser remunerado pelo Movimento Renovação Liberal. Quem também participa da discussão é o deputado Kim Kataguiri (União-Brasil), que alegou que Glauber teria defendido o “aniquilamento de liberais e fascistas”.

Em seguida, os envolvidos foram encaminhados por agentes do Departamento de Polícia Legislativa (Depol) ao escritório do órgão.

No seu voto, Magalhães negou que Glauber tenha agido em legítima defesa. “Insta destacar que o representado, em nenhum momento, negou as condutas a ele atribuídas. Tentou, contudo, justificar suas ações, alegando estar sendo vítima de perseguição de Gabriel Costenaro e outros integrantes do MBL”, afirmou.

Nas redes sociais, o psolista disse estar preparado “para o que vier”. “Usei todas as ferramentas que estavam à minha disposição nesse processo pra mostrar o q é o MBL, quem é Arthur Lira e denunciar o orçamento secreto.”, afirmou.

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