Um relatório enviado pela Polícia Federal ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sustenta que o advogado Frederick Wassef recomprou nos Estados Unidos um relógio da marca Rolex recebido em viagem oficial por Jair Bolsonaro e vendido pelo general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, braço-direito do ex-presidente.
Trata-se de uma negociação referente a um conjunto denominado pela PF de Kit Ouro Branco, a conter:
- um anel;
- abotoaduras;
- um rosário islâmico;
- e o relógio Rolex.
O pacote chegou às mãos de Bolsonaro em outubro de 2019, durante uma viagem oficial à Arábia Saudita. Segundo a investigação da PF, o relógio foi recomprado após o Tribunal de Contas da União expedir uma ordem pela devolução dos itens ao Estado.
O relatório aponta que o Rolex foi recomprado em 14 de março de 2023 por Wassef, que voltou ao Brasil 15 dias depois. Em 2 de abril, Mauro Cid (pai) se encontrou com o advogado em São Paulo e retomou a posse do relógio. No mesmo dia, o general viajou a Brasília e entregou o objeto ao segundo-tenente do Exército Osmar Crivelatti, assessor de Bolsonaro.
O general Mauro Cid havia embolsado 68 mil dólares ao vender o Rolex para a empresa Precision Watches, na cidade de Willow Grove, na Pensilvânia. A PF obteve o comprovante de depósito, realizado por meio da instituição financeira Capital One, em 13 de junho de 2022. No dia do pagamento, o montante correspondia a quase 347 mil reais.
“Coincidentemente, na data de 12 de junho de 2022, dia anterior à venda dos relógios, MAURO CESAR LOURENA CID encaminhou para MAURO CID mensagens contendo exatamente os mesmo dados bancários da conta beneficiária do valor de US$ 68.000,00, decorrente da venda dos relógios”, diz o relatório.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login