Política
Como o governo federal tenta se blindar contra ‘fraude’ nos pedidos de reembolsos do INSS
Um sistema de monitoramento foi adotado pelo governo para evitar que pessoas que não foram vítimas de desvios recebam indevidamente a devolução
Temendo ser vítima de “fraude da fraude”, o Ministério da Previdência Social monitora os 1.882.317 pedidos de reembolso de aposentados e pensionistas que tiveram descontos em seus benefícios do INSS. O número ainda é menor do que o esperado pelo governo, mas a gestão Lula (PT) trabalha com a possibilidade de que algumas das “vítimas” do escândalo estejam agindo de má fé.
Essa “margem de erro” já era esperada e não corresponde a um perigo real de impacto nas contas do governo. Segundo a investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, pelo menos 9 milhões de pessoas tiveram algum tipo de desconto entre 2020 e 2025, mas nem todos foram ilegais.
O INSS trabalha com a possibilidade de até 4 milhões de pessoas solicitem o reembolso. O valor pode até ultrapassar os 6,3 bilhões de reais, segundo projeções das solicitações.
Até a quarta-feira 21, às 17h, o INSS informou que 41 entidades associativas foram contestadas pelos aposentados e pensionistas. Esse número é maior que o constatado na investigação da PF e da CGU, que apuram contratos de 12 associações.
As entidades que tiverem os descontos contestados têm até 15 dias para exibir os documentos que comprovem a filiação dos assegurados. Se ao fim desta quinzena não confirmarem a autorização, terão mais 15 dias para devolver os valores ao governo, que vai, então, repassar o montante às vítimas.
Segundo o governo Lula, as devoluções acontecerão ainda neste mês de maio e até ao final de junho.
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