Política
Como #AGreveFracassou chegou aos trending topics na Índia?
Indícios de que hashtag contrária à paralisação teria feito sucesso (em português) no país asiático levanta suspeita sobre uso de robôs
O campo de batalha ideológico instalado com a deflagração da greve geral na sexta 28, convocada por centrais sindicais contra as reformas propostas por Michel Temer, chegou até o Twitter. Durante as manifestações, travou-se uma disputa aguerrida nas redes sociais entre as hashtags #BrasilEmGreve e #AGreveFracassou, respectivamente, a favor e contra às manifestações.
A primeira chegou a ficar em segundo lugar nos trending topics do Brasil, enquanto a ascensão da segunda foi comemorada por aqueles contrários à paralisação.
No entanto, uma postagem no perfil do Twitter do site Trendsmap, que mostra as hashtags de maior relevância em qualquer lugar do mundo, chamou a atenção. O post, publicado pelo perfil do Trendsmap India, avisava que #AGreveFracassou chegou, assim mesmo, em português, aos trending topics do país asiático de 1,3 bilhão de habitantes.
#agrevefracassou is now trending in Indiahttps://t.co/MfXiQnHRvH pic.twitter.com/hpM6gp4oLz
— Trendsmap India (@TrendsmapIndia) April 29, 2017
O fato levanta suspeitas sobre o uso dos bots, robôs que geram contas falsas e espalham conteúdo em escala industrial, na discussão política sobre a greve.
Segundo reportagem da Deutsche Welle, perfis falsos e bots muitas vezes vêm de locais conhecidos como “click farms”, fazendas de cliques onde pessoas trabalham criando perfis falsos e aumentando a popularidade de clientes. Índia, Arábia Saudita e Madagascar são alguns dos locais conhecidos por abrigarem fazendas de cliques. Consultado pela reportagem, o especialista em redes sociais Torsten Müller afirma que o uso de tal expediente é bem mais comum do os políticos e os partidos (de todas as matizes ideológicas) gostariam de admitir.
O senador petista Lindbergh Farias foi um dos que comentaram o estranho sucesso de #AGreveFracassou no continente indiano.
A hashtag foi também usada por apoiadores reais da torcida para que a paralisação não fizesse suscesso, como Kim Kataguiri e o Movimento Brasil Livre (MBL).
— Mov. Brasil Livre (@MBLivre) April 28, 2017
Defender o trabalhador é queimar ônibus? E quem tem de usar ônibus? O patrão? #euvoutrabalhar #agrevefracassou #brasilemgreve pic.twitter.com/AlRPLxjtFD
— Kim Kataguiri (@kimpkat) April 28, 2017
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