Economia

Comissão do Senado para interlocução com os EUA é prorrogada até dezembro

Os senadores estiveram em Washington no início do tarifaço contra o Brasil, mas não conseguiram agendas com membros do governo dos EUA; possível encontro entre Lula e Trump é visto como nova oportunidade pelo grupo

Comissão do Senado para interlocução com os EUA é prorrogada até dezembro
Comissão do Senado para interlocução com os EUA é prorrogada até dezembro
Os últimos compromissos dos senadores brasileiros foram com os parlamentares norte-americanos Mark Kelly, Chris Coons e Jeanne Shaheen. Foto: Ascom Nelsinho Trad
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Será prorrogado por 60 dias o prazo de funcionamento da comissão temporária para interlocução sobre as relações econômicas bilaterais com os Estados Unidos. A prorrogação foi aprovada nesta terça-feira 30 no plenário do Senado. Com a decisão, o prazo final da comissão passa de 6 de outubro para 6 de dezembro.

A comissão foi criada em julho para tratar com o Congresso dos Estados Unidos sobre a nova tarifa de importação imposta pelo governo de Donald Trump sobre produtos brasileiros. Os integrantes do colegiado, na ocasião, foram a Washington, em missão oficial do Senado, para tratar do tema. Os senadores, no entanto, não conseguiram agendas com membros do governo norte-americano.

Naquela ocasião, uma articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra a delegação chegou a ser apontada como o principal entrave para as agendas. Publicamente, o parlamentar reconheceu ter atuado contra o grupo. A manobra é um dos elementos que indicam a trama de Eduardo contra a soberania nacional, na mira do Supremo Tribunal Federal.

No requerimento de prorrogação aprovada pelo Senado nesta terça-feira, o presidente do colegiado, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), sustentou que os motivos de criação da comissão ainda persistem, já que o tarifaço não foi revogado. Para o político, também há necessidade de se ‘aprofundar a interlocução bilateral, inclusive no âmbito parlamentar’. O senador ainda menciona o possível encontro entre o presidente Lula (PT) e Trump como uma nova oportunidade para o grupo.

“Surgem desdobramentos recentes cujo impacto real ainda será definido nas próximas semanas e meses, como a possibilidade de diálogo direto entre os presidentes Lula e Trump, diversas missões empresariais a Washington, a continuidade da investigação sob a Seção 301 do Código Comercial dos EUA e a vinda de representantes do Senado norte-americano ao Brasil”, argumentou.

A agenda entre o presidente brasileiro e o líder norte-americano ainda não foi definida. É possível que um telefonema ou uma reunião por videoconferência ocorra antes de uma agenda presencial na Casa Branca ou em um terceiro país, como a Malásia. Lula tem dito que usará o encontro para contrapor narrativas falsas levadas pela extrema-direita a Trump. O presidente aposta em uma mudança de postura do republicano assim que ele ouvir sua versão sobre a democracia brasileira.

“Na hora em que ele tiver as informações corretas, acho que ele pode mudar de posição tranquilamente, da mesma forma que o Brasil pode mudar de posição”, ressaltou o presidente brasileiro em uma agenda recente. “Eu disse para ele que Brasil e EUA têm muita coisa para conversar. Acho que ele está mal informado com relação ao Brasil, e possivelmente isso o tenha levado a tomar algumas decisões que não são aceitáveis.”

(com informações de Agência Senado)

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