Política
Conselho de Ética do União Brasil aprova expulsão de Celso Sabino
Ministro é acusado de infidelidade partidária por permanecer no governo Lula. Expulsão ainda depende do aval da Executiva Nacional
Por unanimidade, o Conselho de Ética do União Brasil aprovou parecer que recomenda a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino (PA), por infidelidade partidária. A análise do caso ocorreu na tarde desta terça-feira 25, em reunião virtual. O documento do colegiado deve passar pelo crivo da Executiva Nacional até 8 de dezembro.
Sabino passou a ser alvo do processo após ignorar a orientação do partido de romper com o governo Lula e permanecer à frente da pasta. Inicialmente, a análise do caso foi marcada para o início do mês, mas, a pedido da defesa, a deliberação sobre a expulsão do ministro acabou sendo adiada para segunda-feira, e novamente postergada para esta terça.
O procedimento disciplinar foi aberto em outubro, quando o ministro foi afastado temporariamente das atividades partidárias. Até então, o deputado licenciado participava das decisões partidárias a nível nacional, ocupando uma vaga na executiva nacional e outra no diretório estadual da sigla.
Caso a expulsão se concretize, Sabino deve buscar um novo partido para concorrer ao Senado no ano que vem. Antes da reunião do Conselho de Ética, o ministro afirmou em entrevista a CartaCapital não ter discutido qualquer destino partidário por estar focado na realização da COP-30. Além disso, cobrou “bom senso” ao União e voltou a defender que o melhor caminho para o partido é “é seguir esse projeto de Brasil que envolve a liderança” de Lula.
Voz quase solitária na sua legenda na defesa da gestão petista, Sabino tentou convencer seus pares a conceder um salvo-conduto que o permitisse ficar à frente do Turismo até o final do ano.
Quando a sigla chefiada por Antonio de Rueda decidiu antecipar o desembarque do governo, fixando um prazo de 24 horas para que os filiados entregassem seus cargos, o ministro paraense procurou interlocutores e pediu mais tempo. Alegou que Lula iria à Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e tinha agendas importantes a cumprir.
Depois, esticou o prazo dado por Rueda para permanecer por mais tempo. Mas, ao anunciar a demissão, recebeu de Lula um convite para participar da inauguração de obras no Pará ainda como ministro. Depois, recuou da decisão de sair do governo após receber o apoio de colegas na Câmara.
O gesto, além de consolidar sua aproximação com o Planalto, escancarou uma divisão dentro do partido, entre dirigentes que buscam romper com o governo e uma base no Congresso Nacional cada vez mais disposta a permanecer ao lado do petista.
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