Política

Comissão da Câmara aprova aumento de fundo eleitoral para 3,8 bilhões

Parecer final ainda precisa ser votado para seguir ao plenário do Congresso Nacional

Comissão da Câmara aprova aumento de fundo eleitoral para 3,8 bilhões
Comissão da Câmara aprova aumento de fundo eleitoral para 3,8 bilhões
O relator da proposta, deputado Domingos Neto. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
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A Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional aprovou, na quarta-feira 4, o texto preliminar que prevê 3,8 bilhões de reais para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o fundo eleitoral, abastecido apenas com verba pública.

O valor é maior do que o proposto inicialmente pelo governo, 2 bilhões de reais. A votação do parecer final deve ocorrer até 17 de dezembro. Para se tornar lei, é preciso que a cifra seja aprovada no plenário do Congresso. Na eleição de 2018, o fundo eleitoral contou com 1,7 bilhão de reais.

O relator da proposta, deputado federal Domingos Neto (PSD-CE), celebrou a aprovação nas redes sociais. Ele ressaltou o argumento que o financiamento privado de campanhas é proibido. Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu impedir o modelo de financiamento por empresas. Em 2017, o Congresso aprovou a destinação de verbas do Estado para as campanhas.

“É preciso lembrar também que foi democraticamente que adotou-se o sistema público, impedindo o financiamento de empresas privadas para campanhas eleitorais”, escreveu. “É por causa desse novo sistema que teremos mais mulheres prefeitas e vereadoras. Sem ele, elegeríamos somente pessoas que têm muito dinheiro para financiar campanhas.”

O relator também justifica que as eleições 2020 devem demandar mais gastos, por envolver candidatos em cada um dos 5568 municípios. Segundo o parlamentar, a medida poderá ser aplicada sem mexer em investimentos para setores como saúde, educação, segurança, saneamento, infraestrutura, entre outras áreas.

A proposta já conta com a simpatia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A favor do financiamento privado de campanhas, Alcolumbre argumenta que não há outra alternativa se não aumentar o financiamento público para o ano que vem.

“Eu votei a favor do financiamento privado de campanhas. Tem que arrumar um instrumento para viabilizar a democracia”, disse. “O instrumento que foi encaminhado foi o do financiamento público. Se há um conflito, vamos debater isso também. O certo é que, neste ano, o único instrumento será o financiamento público, e temos que fazer o que é certo.”

Três deputados do PSL, um do Novo e um do PSOL votaram contra o aumento do fundo eleitoral, mas os cinco perderam para 23 votos favoráveis de parlamentares do DEM, MDB, PSDB, PT, PDT, PSB, Patriota, PP, PSD, Republicanos, PTB. O Novo quer a extinção do fundo eleitoral.

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